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26 de abril de 2024

Existem sintomas que indicam que uma pessoa está com ‘encosto espiritual’? Saiba o que diz o espiritismo


Por Ivy Valsecchi Publicado 14/11/2021 às 10h45 Atualizado 20/10/2022 às 22h50
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Foto: Centro Espírita Caminheiros, de Maringá
Reprodução/Facebook

Obsessão: ação de um espírito atuando sobre a nossa vontade, às vezes nos constrangendo e levando a atos impensados. Esta é a definição dada pelo presidente da União Regional Espírita de Maringá, Alcídio Pereira, sobre o termo adequado para o que popularmente é conhecido como “encosto”.

Segundo o presidente, a doutrina espírita prova que nosso pensamento se transforma em ondas que viajam na frequência do nosso estado emocional. Deste modo, estados de baixa autoestima, melancolia, raiva, ódio, inveja e ciúme nos colocam na frequência dos espíritos maus, que se aproveitam desse estado para nos prejudicar. “Já pensamentos de boa autoestima, fé, bons projetos, oração e confiança em Deus nos colocam em sintonia com os bons espíritos, ou, como dizem em algumas religiões, com o nosso Anjo da Guarda, que vem ao nosso encontro nos proteger”, explica.

O presidente esclarece, com base nos ensinamentos de Allan Kardec, codificador do espiritismo, que os sintomas de que uma pessoa estaria com obsessão são perceptíveis quando ela, em uma autoanálise, descobre estar fazendo coisas que moralmente, por sua vontade, não faria. Ele explica que, na visão espírita, existem três classificações de obsessões.

Obsessão simples: um estado em que a pessoa passa a ser influenciada a ter altos e baixos, crises de irritação sem motivos, crises de choro, forte melancolia, desânimo que passa e volta;

Fascinação: a pessoa passa a aceitar orientações incoerentes do obsessor, que a convence de que é um anjo da guarda, chegando ao ponto de abandonar todas as amizades, porque o obsessor a convence que ela merece ser compreendida, que deve se afastar daquele grupo, às vezes de esposa e filhos;

Subjugação: o espírito obsessor assume momentaneamente todos os atos físicos da pessoa, falando e agindo como se não fosse ela. Enfim, assume o seu corpo temporariamente.

Para reverter a situação, é preciso, conforme o presidente, pedir orientação em uma casa espírita confiável, com pessoas qualificadas para ouvir os que estão em sofrimento e orientar para que consigam sair do estado de pessimismo para o de otimismo, não guardar mágoas, perdoar, ter o hábito diário da oração, ser útil na religião que professa, não somente um espectador, ser caridoso com o próximo, com coisas e palavras.

O estado atual da humanidade, conforme Pereira, tem aumentado a incidência da obsessão, por conta do desequilíbrio emocional gerado pelos acontecimentos. “Como tudo ocorre através da sintonia, cultivar pensamentos bons é a melhor proteção que há”, diz.

Vê-los e senti-los

Os espíritos podem ser maus ou ignorantes e atrasados; bons, que só fazem o bem; angelicais, que não precisam reencarnar mais, e puros como Jesus, que recebem incumbência da governança dos mundos.

É possível ver um espírito a qualquer hora. Contudo, os espíritos só podem ser vistos pelos médiuns. Quem não o é, sente o resultado de sua influência: dos bons e dos maus.

A mediunidade, conforme explica o presidente, é uma faculdade de quem tem a condição de sentir a presença dos espíritos, ouvi-los, vê-los e até conversar com eles. Não podem, portanto, serem vistos com ‘olhos materiais’, mas sim com a visão espiritual. “A mediunidade não se desenvolve, educa-se. Quando educada, é um talento formidável, mas, sem tê-la educado, pode ser um tormento. Não adianta querer ter a mediunidade, ela é uma condição física. Já comprovaram que a glândula pineal do médium tem algo mais que o não médium não tem. Não importa a qual religião pertença. A mediunidade é uma condição física que já nasce com a pessoa”.

Ao perceber a presença de espíritos, é preciso aceitar com naturalidade, ensina o presidente. Ele diz que é fácil confirmar quando se trata, de fato, de um espírito. A maioria dos médiuns os vê com os olhos abertos ou fechados. Esta é uma condição de quem tem mediunidade. Se a pessoa achar que o que vê é Espírito, basta fechar os olhos, se continuar vendo é porque é mesmo um espírito”.

Sobre o espiritismo

“O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como suas relações com o mundo corporal”. Esta é uma definição do espiritismo dada por Allan Kardec. O presidente da União Regional Espírita de Maringá esclarece que o espiritismo é, ao mesmo tempo, ciência experimental e doutrina filosófica. “Como ciência prática, tem a sua essência nas relações que pode estabelecer com os espíritos. Como filosofia, compreende todas as consequências morais decorrentes dessas relações”, explica. Ele esclarece que o espiritismo tem em sua base cinco princípios básicos: Deus, imortalidade da alma, reencarnação, comunicabilidade entre os dois planos e pluralidade dos mundos habitados.

A religião é capaz de libertar, conforme o presidente. “Essa libertação que o espiritismo nos proporciona é por explicar que fomos criados simples e ignorantes há milênios, e que através das vidas sucessivas, a reencarnação, vamos progredindo até chegarmos à perfeição, o estado de anjos”, explica.  Ele acrescenta que o espiritismo é a terceira revelação prometida por Jesus. “A doutrina espírita que veio promover a união da ciência, filosofia e religião”.

De acordo com o presidente, o número de pessoas espíritas tem aumentado gradativamente. A justificativa é que a doutrina espírita explica racionalmente quem somos, de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos. “Em outras palavras, prega a fé raciocinada. Não tem rituais, não tem paramentos e não tem sacerdócio, todos os dirigentes espíritas são voluntários”.

Sobre a União Regional Espírita

A Federação Espírita do Paraná divide o estado em regiões, sendo que em cada microrregião existe uma União que unifica as casas espíritas e oferece apoio com palestras, cursos e orientações administrativas. Em Maringá, a União existe há 50 anos. O trabalho consiste em estimular o crescimento do movimento espírita regional, transformando pequenos grupos em casas espíritas que se filiam à Federação.

Espiritismo em Maringá

A cidade conta com doze centros espíritas, e de acordo com o presidente da União Regional Espírita, Alcídio Pereira, cerca de 3 mil pessoas praticam o espiritismo na cidade.  

Além das sessões, um centro espírita oferece palestras semanais com entrada livre e, ao final, as pessoas recebem o passe, que é uma transmissão de energias.

O presidente explica que a sessão espírita é composta por no máximo quatorze pessoas, sendo quatro médiuns que recebem os espíritos e quatro pessoas que dialogam com os espíritos. “Os demais ficam em estado de oração para ajudar e fornecer energias vitais para o auxílio dos espíritos que se comunicam com sofrimento, necessitados de esclarecimento e equilíbrio”, diz.

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