Maringá já teve um orfanato somente para meninos; conheça a história
Você sabia que Maringá já teve um orfanato e que esse local era somente para meninos? Por muitos anos, o Lar Escola de Maringá abrigava crianças abandonadas e órfãs em regime interno, que viviam na expectativa de, um dia, serem adotadas.
De acordo com a assistente social do Lar Escola de Maringá, Elizete Andreola, o projeto nasceu por meio da articulação do Rotary Clube (Casa da Amizade) em 4 de outubro de 1959. Essa iniciativa viria a se concretizar em maio de 1963, durante as festividades dos 16 anos de Maringá.
“Viemos a pedido do Dom Jaime. Entretanto, na época era um internato e já abrigava aproximadamente 30 meninos. A situação era bem variada. As crianças vinham para nós através do Ministério Público. A localização em si foi estratégica, pois a instituição estava próxima a uma favela que se ergueu ao lado do Cemitério Municipal”, relata.
Em 14 de março de 1973, as Irmãs Murialdinas assumiram a administração do Lar Escola de Maringá e no ano seguinte o espaço passou a contar com a parceria da Kindernothilfe, uma organização Alemã que visava melhorar as condições de vida de crianças e adolescentes que vivem nos países mais pobres do mundo.
Entre 1986 e 1987 teve início o processo de reestruturação do Lar Escola, que passou a atender em regime de semi-internato. Quatro anos depois, por meio da Lei n.º 8.069/90, que criou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tanto o Regimento Interno como o Estatuto da Organização foram modificados projetando um atendimento mais qualificado de acordo com as novas diretrizes.
A presidente da instituição, Fátima Iwata, disse que ela conheceu o local por meio dos projetos ofertados e logo se encantou em querer ajudar. “No início existia um projeto de apadrinhamento de crianças e podíamos levar para casa em datas festivas e para passeios! Como já tinha 3 filhos, apadrinhei mais três aqui”, disse.
O Lar Escola atualmente
Muitas pessoas que já passaram pelo local voltam para visitar a entidade. Segundo a assistente social Elizete muitos retornam para matar a saudade e ver como o projeto está. “Direto recebemos visitas de várias pessoas que chegaram aqui bem novinhas e hoje já são, avós, pais e muitos afirmam que o Lar Escola foi o começo de tudo. Um fato super curioso é que esses dias tivemos uma formatura de uma das turmas de Jovem Aprendiz. Um dos alunos formandos contou que tanto a mãe, quanto a avó, se formaram aqui também. Para nós, é um misto de alegria difícil de explicar”, conta.
Maringá foi a primeira cidade do Brasil a implantar um Conselho para Crianças e Adolescentes, conforme estabelecido pelo ECA. Atualmente, o Lar Escola da Criança de Maringá continua prestando serviços de amparo e apoio para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
Hoje o local conta com duas grandes frentes de atuação, com serviço de Proteção e Prevenção, em que trabalham o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e Programa de Formação Técnica e Profissional, abrangendo o Programa de Aprendizagem e curso de Corte e Costura sempre com o objetivo de desenvolver uma linha de atuação que possibilite a integração entre a instituição, família, escola e comunidade, tendo as crianças e adolescentes como agentes principais deste processo, visando atingir uma participação responsável de todos na transformação da realidade social.
A presidente Fátima Iwata ainda ressalta que o que mais ficou marcado é ver o impacto da instituição na vida de crianças e jovens. “Eu tenho muita gratidão por estar na frente deste projeto. Poder estar aqui e colocar meus talentos a serviço do Lar Escola e ver que muitos que saem daqui realizam seus sonhos é muito gratificante”, afirma.
Para quem deseja ajudar o Lar Escola de Maringá basta clicar neste link e conferir alguns meios ofertados. Todas as crianças presentes nas fotografias foram autorizadas pelo termo de uso de imagem, segundo a instituição.
