Quem foi ‘Miguelzinho’, o temido policial civil de Maringá?
Miguel de Oliveira, popularmente conhecido como “Miguelzinho”, era um temido policial civil. Nascido em Catuni (MG), mudou-se para Maringá em 1983, onde ganhou a fama de “linha dura” e não negava quando era acusado de “matador de bandidos”. Usava um característico cavanhaque e bigode.
O delegado José Aparecido Jacovós, que atualmente é deputado estadual pelo PL, trabalhou com Miguelzinho por mais de uma década.
“Miguel sempre carregava uma metralhadora na viatura. Naquela época, os bandidos costumavam confrontar a polícia, nós tínhamos de estar preparados. Na polícia nós chamávamos ele de Miguelzinho, e na cidade era mais conhecido como ‘Miguelzinho justiceiro’, conta.
Valter de Souza, que foi investigador da Seção de Furtos e Roubos de Maringá, também trabalhou com Miguelzinho.
“O Miguel tinha o que chamamos de ‘tino policial’, parece que nasceu para fazer polícia e fazia bem feito. Sempre que tinha uma situação grave, de risco, ele fazia questão de acompanhar as equipes, independentemente de dia e hora. Não calculava a carga horária, o que importava era o resultado”, lembra.
Em 1992, Miguelzinho liderou a perseguição que resultou na morte de quatro assaltantes no pátio do então Hotel Berlin, no centro de Maringá.
Os policiais chegaram na agência do Bamerindus, no “Maringá Velho”, no momento em que os bandidos partiram em fuga. Após a perseguição, os bandidos acabaram mortos no local onde estavam hospedados, segundo informações do projeto Maringá Histórica.
Com sua fama e popularidade, Miguelzinho acabou disputando uma cadeira na Câmara Municipal de Maringá em 1996, quando usou como símbolo de campanha uma “estrela de xerife”, e foi eleito pelo PDT, com 1.484 votos. Três anos depois migraria para o PMDB. Em 1998, concorreu para Deputado Estadual. Obtendo 5.894 votos, acabou não sendo eleito.
Doença
Em 2000, Miguelzinho disputaria a reeleição para vereador, mas acabou falecendo antes, em 7 de abril, aos 50 anos. 15 dias antes havia descoberto um câncer no esôfago e estava em tratamento em Curitiba, no Hospital Erasto Gaertner.
O translado do corpo foi feito pelo avião particular do então prefeito Jairo Gianoto, sendo recebido no aeroporto por autoridades, familiares e admiradores. Ele deixou sua esposa, Elisete da Silva Oliveira, e duas filhas.
