Pandeima da desinformação
Estaríamos vivendo uma tragédia ou uma neurose controlada? Se observarmos a quantidade de notícias que nos chegam pela mídia oficial e informal temos a impressão de que o mundo vive uma guerra de informação ou desinformação. As pessoas ficam a mercê do que desconhece, precisam de orientação adequada para agirem da forma certa. Afinal, estamos lidando com vidas.
Sempre repudiei a ideia de que vivemos um grande complô e que estão manipulando nossas vidas por interesses. Acredito que sempre há um limite de razoabilidade nas ações e que ninguém levaria ao extremo a busca pelo poder e a defesa de seus interesses.
Uma das questões que se apresentam como polêmicas é sobre a hidroxicloroquina. Ela seria uma droga eficiente no tratamento da Covid-19? As opiniões se dividem e chega ao ponto de pregar-se a lógica de que o uso ou não dela como um remédio esconde uma disputa pelo poder. Se isso esta lógica é uma verdade, o ser humano vive o desprezo a sua própria espécie.
O presidente Jair Bolsonaro é defensor do uso da droga. Vídeos falam em solução para o problema, pelo menos na maioria dos casos, assim que a doença dá os seus primeiros sinais. Na Suécia, o uso da droga foi suspensa por causa dos efeitos colaterais, problemas cardíacos, arritmias e perda de visão periférica. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump já se pronunciou a favor do uso do medicamento. A acusação sobre ele é de que acionista do laboratório que produz a droga.
Profissionais de saúde defende o uso da droga nas redes sociais e outros criticam. Vídeos falam de sua eficácia em unidade de saúde no Piauí e há quem considere que seu uso é inócuo, como uma pesquisa chinesa apresentada em vários meios de comunicação que demonstram a sua ineficácia.
Se o problema fosse exclusivamente brasileiro, a Covid-19 fosse coisa dos trópicos, eu cederia a lógica da possibilidade de trama contra o remédio e a manipulação da informação. Diria que a disputa pelo poder faz exagerar o problema e o usa como arma política. Porém, há uma humanidade envolvida. E se nossas mazelas domésticas fizeram da pandemia uma justificativa para ampliar a crise interna, se estamos muitas vezes perdidos diante da pandemia, sem entender o rumo que as coisas deveriam tomar, é o nosso perfil enquanto nação. Um problema nosso e uma doença crônica.
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