Com 13 casos de Covid-19, Maringá é o epicentro da doença entre agentes penitenciários

Em Maringá, o número de casos confirmados de coronavírus entre agentes penitenciários levou a cidade a ser considerada o epicentro da doença no Paraná. De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), até o momento, o município tem 13 profissionais positivados. O número é maior do que os casos registrados em todo o estado somados. 

Segundo o sindicato, o foco da contaminação está na Casa de Custódia de Maringá (CCM), com nove casos. Além desses, outros 14 exames realizados aguardam resultados. 

O Sindarspen identificou que seis profissionais que testaram positivo para a doença na CCM são da mesma equipe que recebeu detentos contaminados da carceragem da 9ª Subdivisão Policial (SDP) no último dia 12. Dois dos presos transferidos estavam com coronavírus. 

“As denúncias que nós temos de policiais penais que trabalham internamente apontam que as transferências de presos da cadeia pública agravou isso. Os policiais penais alegam que sequer sabiam que esses presos estavam contaminados, e isso pode ter disseminado para os policiais da equipe e também para outras equipes na passagem de plantão”, afirma o vice-presidente do sindicato, José Roberto Neves. 

Conforme o Sindarspen, os detentos que estivessem com suspeita da doença deveriam ser transferidos para a unidade de Campo Mourão, equipada para receber casos suspeitos e deixá-los em isolamento por 14 dias. Apenas depois desse protocolo é que os presos deveriam ser transferidos para outras unidades. 

Além dos nove casos da CCM, o décimo confirmado é de um policial da Penitenciária  Estadual de Maringá (PEM). “Esses 10 casos registrados somados aos 3 da 9º SDP coloca Maringá como epicentro da contaminação pelo coronavírus entre policiais penais do Paraná”, explica o sindicato. 

Um levantamento recente mostra que, nas demais cidades do estado, os números de casos confirmados são: oito em Curitiba e Região metropolitana; um em Londrina;  um em Foz do Iguaçu; e um em Cascavel; Guarapuava, Ponta Grossa, Cruzeiro do Oeste e Francisco Beltrão não têm casos da doença. 

Um dos pedidos do sindicato é que os agentes recebam materiais de proteção mais eficientes, similares aos hospitalares utilizados por equipes de saúde que atuam com pacientes de coronavírus. 

“Eles alegam que na época [quando houve a transferência de detentos] tinham apenas máscaras descartáveis, não tinham os materiais adequados para o recebimento. Via de regra, o sistema penitenciário não está preparado adequadamente para receber presos que estejam confirmados com essa doença. É por isso a importância de locais adequados, com pessoal capacitado, equipe médica capacitada para fazer esse combate”, diz Neves. 

O Sindicato tem cobrado a Secretaria de Segurança Pública do Paraná para que profissionais de todas as unidades sejam testados, em massa, e que protocolos mais rigorosos sejam adotados. 

Resposta 

Questionado pela reportagem, o Departamento Penitenciário do Paraná negou que tenha havido falha na transferência de presos da 9ª SDP para a Casa de Custódia. 

O coordenador regional do Depen, Luciano Brito, diz que são oito profissionais com teste positivo e que o protocolo foi seguido corretamente.

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