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20 de abril de 2024

Os filhos do Estado


Por Rodrigo Gabriel Matos Publicado 23/07/2019 às 12h00 Atualizado 23/02/2023 às 14h34
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Se existe uma característica do brasileiro que dificilmente alguém discorda é que somos um povo paternalista. Criado sob uma monarquia que caiu por um golpe de Estado, nosso povo sempre buscou nos políticos a figura do pai que via no imperador: alguém que protege, cuida e provê. Foi assim nos tempos idos de Vargas (conhecido como o pai dos pobres) e Kubitschek, foi assim com os militares, é assim até hoje. Recentemente a única exceção a esse tipo de figura na presidência foi Michel Temer. FHC foi o pai da estabilidade econômica, Lula tentou ser o segundo pai dos pobres, Dilma era a “Dilmãe” e Bolsonaro é o mito. Apenas para ilustrar as últimas décadas.

O grande problema da adesão aos políticos por tanto tempo é que ela acabou se tornando uma adesão ao Estado. As pessoas sem perceber abriram mão da sua liberdade para que o poderoso Estado regule suas vidas e diga o que pode ou o que não pode ser feito. Quando o governo atual (que tem um viés liberal, apesar dos vários tropeços), começou a trilhar o caminho da desregulamentação e da desestatização a quantidade de gente reclamando permitiu observar a imensidão do problema.

Muita gente realmente acredita que o governo deve regulamentar a forma como as crianças andam no carro, se os faróis ficam acesos ou não durante o dia, se os patinetes elétricos podem circular nas ruas, se eu posso tomar refrigerante com canudo ou se eu posso ter uma arma para me proteger. E pior, a justificativa mais comum é a de que “tem gente que não tem consciência para fazer as coisas certas, então é preciso que seja pela força da lei”, sem atentar para o fato de que esse discurso é um pavimento para uma ditadura, na qual as liberdades individuais são suprimidas. Porque a partir do momento em que “a coisa certa a ser feita” é uma moda inventada pela última lei, nós simplesmente perdemos todo o conceito de certo e errado e ficamos à mercê do Estado.

E embora a existência do Estado seja necessária, pois é preciso um sistema político, policial e judicial, precisamos entender que o Estado não fará nada por nós, a não ser tomar o dinheiro dos nossos impostos para devolver em péssimos serviços, salvo raras exceções. Precisamos acabar com a sanha legislativa de se meter em cada aspecto da vida do cidadão, e de glamourizar a suposta “consciência social” de quem acredita que esse monte de leis e suas punições tornam as pessoas melhores. Quanto mais livres as pessoas forem sem depender da lei, melhor. Quanto mais dinheiro no bolso de cada cidadão e menos dinheiro nos cofres do Estado melhor (afinal, a corrupção é grande porque o dinheiro é grande também).

O Estado, meus caros, deve ser um pequeno elemento de ordem social e de garantias básicas do cidadão. Quando ele começa a ser maior do que isso, ele começa a dar problema.

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