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30 de setembro de 2024

Funcionária de asilo de Maringá diz que feridas de idoso eram limpas com água sanitária


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 17/08/2021 às 14h21 Atualizado 20/10/2022 às 14h23
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Alaor Gregório, de 77 anos, morreu na semana passada. Foto: Reprodução

Mais um idoso teria morrido em função de maus-tratos num asilo que foi interditado no começo deste mês pelo Ministério Público, em Maringá. Conforme relatos de uma funcionária do local, as feridas na pele da vítima eram limpas com água sanitária.

Alaor Gregório tinha 77 anos era um advogado conhecido na cidade, trabalhou por muitos anos na Câmara Municipal. Na semana passada, ele morreu e, segundo o Ministério Público, uma das causas da morte teria sido úlceras de pele.

O MP apura se ele foi vítima de maus-tratos. Um idoso já tinha morrido neste asilo em função de maus-tratos.

Por isso, além de interditar o asilo, o MP pediu a prisão da proprietária do local, que foi e continua presa. A filha da proprietária do asilo responde processo em liberdade. Além da acusação de maus-tratos, há indício de prática de tortura, diz a promotora de Justiça Michele Nader.

“A declaração de uma das testemunhas que trabalhou no local afirma que a proprietária do local limpava as feridas com água sanitária. O Ministério Público apura além dessa situação a relação da morte desse idoso com suposto maus tratos ou até mesmo uma tortura por parte da proprietária da clínica e da sua filha”, explica a promotora.

Quando houve a interdição do asilo, a promotoria destacou que todos os idosos mantidos no local deveriam ser encaminhados a suas famílias em até 48 horas. Eram 12 idosos ao todo.

Segundo o MP, desde 2018 a instituição e outras entidades municipais acompanhavam notícias de irregularidades relacionadas ao asilo, como falta de licenças e documentação, presença de funcionários não qualificados e problemas de ordens estrutural e sanitária, dentre outros. A dona do estabelecimento, entretanto, sempre apresentou às autoridades justificativas que davam a entender que havia uma preocupação com o cuidado dos internos e que as ilegalidades seriam corrigidas.

Na quinta-feira passada, 12, a Prefeitura de Maringá lamentou a morte de Gregório. “A Prefeitura de Maringá e a Secretaria de Juventude e Cidadania, em nome da Gerência de Igualdade Racial, lamentam a perda do advogado Dr. Alaor Gregório de Oliveira. O Prefeito Ulisses Maia lembra que Dr. Alaor se transformou em um dos ícones dos movimentos negros da cidade e fundador da Associação União e Consciência Negra de Maringá. “Uma pessoa muito querida, generosa e responsável por grandes conquistas da comunidade negra. Aos amigos e familiares, o prefeito envia condolências.”

A CBN não conseguiu contato com os advogados do asilo.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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