Foguetemodelismo: Estudantes da UEM constroem minifoguetes em Maringá
Foguetemodelismo é uma área ainda nova, que pode ser apreciada como um hobby, mas também passa pelas áreas de estudo e competição. De uma forma mais simples, o foguetemodelismo diz respeito à construção de pequenos foguetes que podem chegar a um apogeu de até 12 km.
Em Maringá, um grupo de estudantes do curso de engenharia mecânica da Universidade Estadual de Maringá (UEM), criou uma equipe para projetar e construir mini foguetes, a partir de um trabalho de conclusão de curso (TCC) de três formandos: Matheus Moreira, Guilherme Cordeiro e o Giovanni Gasparin.
E foi no fim da graduação dos futuros engenheiros mecânicos que surgiu a criação do grupo Ham Rocket, para estudar e construir minifoguetes e produzir o trabalho final da faculdade.
O estudante Matheus Moreira explica como surgiu o grupo de foguetemodelismo.
“O TCC da engenharia mecânica pode ser até em trio e na faculdade, todas as atividades que temos, buscamos sempre formar o mesmo trio, eu, o Guilherme Cordeiro e o Giovanni Gasparin. O Gui surgiu com a ideia de fazermos algo relacionado a foguetemodelismo, porque ele sempre foi apaixonado pela área e achou interessante. Nós 3 gostamos da ideia e começamos a conversar mais disso, ai no meio disso, surgiu a ideia de formarmos uma equipe de foguetemodelismo, porque não queríamos um TCC simples, queríamos deixar nosso nome lá na UEM”
Com a vontade de deixar um legado na história de uma das principais universidades do país com um projeto inovador, o trio viu que o potencial que o projeto tinha e, com isso, surgiu o grupo Ham Rocket, que passou a integrar outros estudantes que se entusiasmaram pela arte do foguetemodelismo.
“[…] foi daí que surgiu o Ham Rocket, fundado por nós 3 e a ideia ficou mais interessante ainda porque ao pesquisar trabalhos e pesquisas pro nosso TCC, percebemos que no Brasil ainda é uma área em crescimento, com grande potencial, porém com poucas pessoas envolvidas. Se você for procurar no site do Google Acadêmico a respeito de trabalhos publicados sobre foguetemodelismo mundialmente, existem cerca 20 mil materiais encontrados lá, mas se fizer um recorte pra materiais publicados em português, o número cai muito, pra próximo de 100 publicações.”
Segundo Matheus, o grupo Ham Rocket tem um objetivo principal: incentivar os estudantes da universidade a trabalhar sobre o tema e trazer mais do foguetemodelismo pra Maringá.
O estudante explica que essa área surgiu na década de 1950, nos Estados Unidos, e que chegou ao Brasil ainda na década de 1970.
“[O foguetemodelismo] surgiu nos estados unidos em 1957, mas foi trazido para o Brasil por volta de 1974, pelo Paulo Grontran, não sei exatamente se ele foi o primeiro que começou com a prática aqui, mas ele foi um dos pioneiros. Ele começou como um hobby e hoje temos várias pessoas que constroem seus minifoguetes para lançar como lazer, mas começou a se tornar algo mais competitivo em 2014, quando surgiu o primeiro festival de minifoguetes aqui, aí algumas equipes de outras universidades começaram a se reunir para fazer os lançamentos, competindo para ver quem atingia o maior apogeu. Em 2019, surgiu o LASC (Latim America Space Cup), que aumentou o alcance das competições, trazendo equipes de outros países para nosso território”, diz Matheus.
O futuro engenheiro comenta que o grupo participou da primeira competição neste ano, com o minifoguete Albert I.
“Nós estamos bem no começo, participamos da nossa primeira competição esse ano, no VII festival brasileiro de minifoguetes, estávamos apenas nós 3 e não tínhamos nenhum minifoguete construído, a organização foi super gente boa e nos forneceu um modelo comercial pra nós participarmos. Assim que voltamos de lá, abrimos o processo seletivo e com um pessoal maior, melhoramos esse foguete que lançamos no festival, que carinhosamente chamamos de Albert I.”
Pensando em rumar novos ares, o grupo, atualmente, está trabalhando na construção de um novo modelo de minifoguete: o Albert II.
“Hoje estamos fazendo um outro minifoguete, chamado de Albert II, ele vai ser maior e estamos projetando pra atingir um apogeu de 500m.”