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19 de dezembro de 2025

Funcionários dos Correios de Maringá também entram em greve


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 18/08/2020 às 11h36 Atualizado 25/02/2023 às 05h41
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Foto: Luciana Peña/CBN Maringá

Seguindo a conduta nacional da categoria, em Maringá, alguns diretores do sindicato que representa os trabalhadores das agências dos Correios estão em frente às centrais de distribuição e triagem. Os funcionários entraram em greve nesta terça-feira, 18, por tempo indeterminado.  A paralisação é nacional. 

A diretora sindical Izabel Peliçon diz que por causa da pandemia, os trabalhadores não irão se concentrar em frente às agências como em greves anteriores. Por isso, por enquanto, não é possível saber se há ou não adesão ao movimento grevista.

“A gente até brincou chamou brincando de ‘a greve do pijama’, porque, em tempo de pandemia, nós não podemos ficar aglomerados em frente à unidade, como é de costume. Então, quem não for aderir ao trabalho vai aderir à greve não saindo de casa, simplesmente não indo para as unidades trabalhar. Hoje [terça-feira], nós estamos com os diretores em frente às unidades e as pessoas que aderiram, está passando uma lista de nomes, de matrículas para que aí nós tenhamos a dinâmica da quantidade de pessoas que aderiram na nossa região”, explica a diretora sindical.

O sindicato alega que os trabalhadores perderam benefícios que ajudam a engrossar a remuneração, hoje em torno de dois salários mínimos.

A Justiça do Trabalho tinha decidido que o acordo coletivo da categoria com a empresa valeria por dois anos, mas uma decisão liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o acordo coletivo, explica Izabel.

“No ano passado, […] os juízes do Tribunal Superior do Trabalho determinaram que o nosso acordo seria bianual, porque todo ano a empresa não negocia e vai para dissídio, […] Toffoli cassou esse acordo bianual e a gente está aguardando julgamento dos demais ministros do STF para saber o que vai acontecer conosco. Essa greve é muito para força que esses ministros olhem para a categoria não como alguém que tem que pagar o pato porque o Governo quer privatizar a empresa”, afirma Izabel.

A categoria recorre desta liminar e o mérito da questão está em debate no STF até o próximo dia 21.

Por enquanto, três ministros votaram a favor dos Correios, pelo fim do acordo bianual.  Os trabalhadores precisam de seis votos para derrubar a liminar. A reportagem entrou em contato com a assessoria dos Correios no Paraná e aguarda um retorno.

Na região noroeste do Paraná, em cidades como Mandaguari, Cafezal, Cidade Gaúcha, a adesão gira em torno de 80% dos funcionários, . Em Sarandi, 100% dos carteiros aderiram à paralisação nacional.

Em nota, os Correios se manifestaram sobre a paralisação. Confira na íntegra:

“Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações. 

Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional. 

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.

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