Maringaense é vítima de golpe no Whatsapp e perde R$ 1 mil para estelionatários

Um antigo golpe aplicado a usuários do aplicativo Whatsapp tem feito novas vítimas. Nesta sexta-feira, 4, a Arquidiocese de Maringá informou que a conta do Arcebispo Emérito da cidade, Dom Anuar Battisti, foi clonada. Segundo as informações, estelionatários estão pedindo dinheiro em nome do arcebispo a pessoas da lista de contatos dele.
Uma maringaense, que conversou com o GMC Online, também diz ter sido vítima do mesmo golpe esta semana. Ela não teve a conta clonada, mas acreditou estar conversando com uma cunhada – enquanto falava, na verdade, com estelionatários – e fez uma transferência de R$ 1 mil.
Tânia Aparecida de Souza, de 42 anos, recebeu uma mensagem vinda do contato da cunhada Michelle, pelo Whatsapp. A conta da cunhada havia sido clonada e Tânia ainda não sabia.
Num primeiro momento, o estelionatário questionou se a vítima utilizava “aplicativo bancário”. Diante da confirmação de Tânia, o pedido de dinheiro foi feito.

Segundo ela, a pessoa lhe pediu R$ 1.300, no total. Entretanto, Tânia diz que tem um limite de transferência diário de R$ 1 mil e, por isso, não conseguiu transferir o valor total no primeiro momento. “Eu deixei [o depósito do restante] agendado para o outro dia. Sorte!”, diz.
Ela explica que o contato foi feito na segunda-feira, 31, mas, por acreditar ser 1º de setembro, ela agendou a transferência para o dia 2. A confusão com as datas a ajudou a não perder ainda mais dinheiro.
Tânia relembra que o estelionatário ainda a cobrou por ter errado a data e agendado a transferência após dois dias. “Ainda bem que eu consegui cancelar o agendamento”, afirma.
A vítima só soube que caiu no golpe horas depois. Uma amiga a avisou que o Whatsapp da cunhada de Tânia havia sido clonado. Ela, ao conversar com Michelle, confirmou a suspeita e soube que havia sido vítima do esquema.
Procon alerta
Nesta semana, o Procon de São Paulo emitiu um alerta em relação a esse tipo de golpe, que é aplicado em diversas regiões de todo o País.
Segundo o órgão, para conseguirem clonar diferentes contas de Whatsapp, os estelionatários agem da seguinte forma: uma pessoa envia mensagem dizendo ser funcionário de site de compra, o golpista entra em contato e pede que a vítima digite um código de seis números para supostamente ativar um anúncio; esse código é a verificação do WhatsApp e com ele o criminoso consegue clonar a conta do consumidor.
Após a clonagem, o golpista passa a enviar mensagens para os contatos da vítima pedindo dinheiro no nome dela. Na maioria das vezes, o infrator pede dinheiro para parentes e conhecidos, simulando alguma necessidade urgente.
O Procon alerta os consumidores para não enviar o código de seis números. É importante ainda habilitar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp: clicando em “configurações”, “conta” e “verificação em duas etapas”.
De acordo com o secretário de defesa do consumidor, Fernando Capez, os golpes pela internet e por redes sociais explodiram nesse momento de pandemia de covid-19. “É preciso que o consumidor desconfie sempre, redobre a atenção e nunca forneça senhas ou sequência de números”, alerta. Caso tenha sido vítima deste golpe, a pessoa deve entrar em contato com [email protected] e pedir a desativação temporária da conta.
Consequências dos golpes
Segundo o chefe de gabinete do Procon-SP, Guilherme Farid, os principais golpes realizados por WhatsApp envolvem o envio de mensagens com links fraudulentos, seja para encaminhar o consumidor a uma página falsa de um fornecedor, seja para enganar o consumidor para que este forneça o código de acesso ao aplicativo, “oportunidade em que o golpista sequestra todos os dados”, destaca.
“A principal consequência é o prejuízo financeiro causado ao consumidor, no primeiro caso por comprar um produto ou serviço numa página falsa criada por um criminoso que não realizará a entrega: no segundo por ser vítima de extorsão para recuperar o acesso ao seu aplicativo”, completa Farid.
Ainda no caso de obter o acesso ao aplicativo do consumidor, o golpista encaminha a todos os contatos novos links fraudulentos com o objetivo de aumentar o número de vítimas.
Como se proteger?
– Não forneça dados, senhas, códigos etc.;
– Não acredite em ofertas de ajuda, sorteio, dinheiro etc. enviadas pelo WhatsApp, redes sociais, e-mails e não clique nesses links;
-Não confie e não compartilhe links e informações dos quais não tenha certeza da origem;
-Não preencha formulários que não estejam nos sites oficiais;
-Baixe aplicativos apenas das lojas oficiais;
-Em caso de dúvidas ou dificuldades, procure um familiar ou amigo que possa ajudar;
– Utilize antivírus no computador, tablet e smartphone.
