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23 de novembro de 2024

Túmulo de major Abelardo é o mais visitado no Cemitério Parque de Maringá


Por Fábio Guillen Publicado 30/10/2020 às 18h39 Atualizado 26/02/2023 às 02h16
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Túmulo do major Abelardo José da Cruz no Cemitério Parque de Maringá – Foto: GMC Online

Pelas ruas amplas e verdes do Cemitério Parque de Maringá, que mais se parece um jardim aberto, uma das sepulturas se destaca e atrai os olhares dos visitantes. No topo da lista dos túmulos mais visitados está o do major Abelardo José da Cruz, comandante da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Maringá, que morreu em 23 de dezembro de 1994, enquanto trabalhava. 

A lápide é muito procurada por amigos e admiradores do trabalho do major, principalmente no Dia de Finados, nesta segunda-feira, 2. O major avistou cavalos soltos na BR-376 e parou para que a equipe retirasse os animais da pista. Um motorista perdeu o controle do carro e atingiu em cheio a viatura, matando o major. 

Desde então, Abelardo José da Cruz, que era tido pela corporação como um excelente policial, recebeu muitas homenagens em Maringá. Dentre elas, o nome da 4ª Companhia de Polícia Rodoviária Estadual, que tem o nome do major, o Contorno Norte de Maringá, que também recebeu o nome do policial, e a rua em que foi sepultado no Cemitério Parque. 

Rua Capitão Abelardo no Cemitério Parque de Maringá – Foto: GMC Online

A viúva Zilda Marlene Correia da Cruz, de 66 anos, disse que o major Abelardo José da Cruz era um homem muito íntegro e bondoso. Zilda lembra das caridades que o marido tinha prazer em fazer pelo próximo. 

“Me lembro de uma vez que estávamos passando lela avenida JK e ele viu um senhor de mais idade empurrando um carrinho de sorvete com um chinelo de dedo bem ruim. Ele parou o carro, desceu e deu a sandália dele para esse senhor e voltou para casa descalço. Isso me marcou demais”, relembra a esposa. 

Zilda contou ao GMC Online que Abelardo era apaixonado pela profissão e que a exercia com muito amor. A viúva tem certeza que o companheiro está em um bom lugar por tudo que fez pelas pessoas enquanto era vivo. 

“Ele era um apaixonado pela profissão. Tenho certeza que pelo que ele fez aqui ele deve estar muito bem onde está. Foi uma pessoa que gostava de ajudar a todos. Tudo que ele pudesse colaborar, ele colaborava. Quando as pessoas tinham necessidade alimentar ele ajudava. Pela influência que ele tinha, ele ajudava muito as pessoas. Fazia campanhas para arrecadar meios e ajudar. Era um bom homem”, disse a viúva Zilda Marlene Correia da Cruz. 

A família acredita que o túmulo do major Abelardo José da Cruz seja um dos mais procurados no Cemitério Parque justamente por conta das boas lições que ele deixou. O major era um homem de muitos amigos e deixava boa impressão por onde passava. Ele deixou a esposa, três filhos e inúmeros amigos há 26 anos. 

Abelardo José da Cruz – Foto: Divulgação PRE

Lápide de menino que morreu enquanto jogava futsal também é muito procurada

A lápide do atleta Matheus Crema da Silva, de 15 anos, também está na lista dos túmulos mais visitados no Cemitério Parque de Maringá nos dias de finados. Familiares, amigos e visitantes do cemitério sempre param na lápide para fazer orações. 

Matheus morreu enquanto jogava futsal em um clube de Maringá em agosto de 2012. A suspeita é de que ele tenha tropeçado e caído. O menino chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Matheus tinha marcado dois gols e o time em que ele jogava estava vencendo a partida quando ocorreu o acidente. A família não foi encontrada pela reportagem.

Túmulos mais visitados no Cemitério Municipal

O túmulo de Clôdimar Pedrosa Lô permanece como o mais visitado no Cemitério Municipal de Maringá. O adolescente nordestino, na época com 15 anos, foi preso, torturado e morto por policiais, em novembro de 1967, suspeito de roubo.

O pai do adolescente, Sebastião Pedrosa Lô, veio do Ceará até Maringá e matou o acusador do seu filho, Atílio Farris. A história virou livro, filmes, música e documentário.

Túmulo de Clôdimar Pedrosa Lô – Foto: GMC Online

Milagres atribuídos ao jovem foram sempre rejeitados pela família. Seu avô, o pastor Oésio Pedrosa, durante anos distribuiu pequeno folheto detalhando as circunstâncias da morte do neto e descartando casos que o associavam fatos inexplicáveis. Quando foi assassinado, Clôdimar Lô tinha vindo do Ceará para morar com o avô em Maringá. Sebastião Pedrosa Lô foi levado três vezes a júri popular e absolvido.

A segunda sepultura mais visitada é a do monsenhor Bernardo Abel Alphonse Cnudde, um padre popular que atuou por 31 anos como pároco da Paróquia Divino Espírito Santo, na Zona 7.

Nascido em Saint Saulve, na França, ele veio parar em Maringá após ser convidado, em 1965, quando ainda era diácono, por Dom Jaime Luiz Coelho, 1° Arcebispo de Maringá. Ele o chamou para atuar específicamente na Diocese de Maringá, onde já haviam outros sacerdotes franceses trabalhando.

Iniciou seus trabalhos como vigário colaborador, na Paróquia Santa Maria Goretti, na Zona 7, depois auxiliou por 18 meses na Paróquia Santa Isabel do Ivaí na Diocese de Paranavaí, em 1968.

Em 1969 retornou para a Arquidiocese de Maringá, atuando na paróquia Divino Espírito Santo, também na Zona 7. Permaneceu até o ano de 2000, quando veio a óbito. Ele faleceu de infarto fulminate, enquanto descansava em sua residência.

LEIA TAMBÉM – Conheça a história do Cemitério Municipal de Maringá

Segundo a Arquidiocese de Maringá, ele tinha um desejo: “não queria ser sepultado no cemitério Rainha da Paz que é dedicado aos religiosos da Igreja católica, ele queria ser enterrado com o povo.” Por isso foi sepultado no Cemitério Municipal e está entre os túmulos mais visitados, ficando na quadra 7, ao lado do cruzeiro principal do cemitério.

Sepultura do monsenhor Bernardo Abel Alphonse Cnudde – Foto: GMC Online

Outra sepultura bastante visitada no Cemitério Municipal de Maringá é a do pequeno Arthur Salomão. Ele tinha apenas 3 anos quando foi atingido e morto por um disparo durante troca de tiros no Jardim Alvorada, em 2012. O túmulo fica na quadra 47. 

Túmulo de Arthur Salomão – Foto: GMC Online

O túmulo de outra criança, localizado na quadra 53, também recebe muitas visitas. Ali foi enterrada Márcia Constantino, aos 10 anos. Ela teve  o corpo queimado depois de ser estuprada e morta, em 2007.

Túmulo de Márcia Constantino – Foto: GMC Online

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