19 de junho de 2025

Fitch afirma rating BB- do Brasil; com perspectiva estável


Por Agência Estado Publicado 20/12/2022 às 15h34
Ouvir: 04:28

A Fitch reafirmou nesta terça-feira, 20, o rating do Brasil em BB-, com perspectiva estável. Segundo a agência, a avaliação do País é apoiada por sua economia “grande e diversa”, com alta renda per capita, mercados domésticos arraigados e com capacidade para financiamento de uma grande parcela da dívida soberana em moeda local, além da capacidade de absorver choques, diante do câmbio flexível e de “pequenos” desequilíbrios externos, além de reservas internacionais “robustas”.

Por outro lado, o governo tem alto endividamento, a estrutura fiscal é “rígida”, o Brasil tem “potencial econômico fraco” e um histórico de “desafios de governabilidade” que atrapalha os esforços para enfrentar questões fiscais e econômicas, além de lançar dúvidas sobre a previsibilidade econômica.

Para a Fitch, a perspectiva estável reflete a expectativa de que o crescimento brasileiro será “lento” no próximo ano e que a melhora fiscal recente será “erodida sob o novo governo”, mas dentro de uma margem consistente com o rating atual e com um ponto de partida melhor que o esperado. A incerteza é elevada sobre os planos para o próximo governo e a extensão de que isso pode reduzir ou agravar desafios fiscais e econômicos.

“A Fitch, porém, não espera que as políticas ameacem a estabilidade econômica geral”, diz o comunicado.

Perspectivas fiscais

A “recente melhora fiscal” no Brasil, impulsionada por “receitas fiscais flutuantes e receitas vinculadas a commodities” em 2022, deve ser erodida no ano que vem, projeta a Fitch Ratings.

De acordo com a agência de classificação de risco, o Brasil deve registrar déficit primário de 1,0% em 2023, após superávit primário de 1,3% do PIB em 2022.

A piora será ocasionada por efeitos de cortes de impostos adotados ao longo deste ano, crescimento mais fraco e preços de commodities mais baixos, além de “soluções alternativas ao teto de gastos para abrir espaço para maiores gastos sociais e de investimento”.

Quanto à política fiscal do próximo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, a Fitch espera certa resistência do Congresso, que deve atuar como oposição. Ainda assim, o Legislativo não deve ser uma “força” a mover o novo governo em direção à responsabilidade fiscal, diz.

Quanto à dívida pública, a Fitch espera redução a 74,1% do PIB ao fim de 2022, antes de subir a 80% em 2024. “Essa trajetória pode ser ainda mais acentuada caso a deterioração fiscal exceda as expectativas”, o que impactaria negativamente o crescimento e os custos de empréstimos, conclui a agência.

Juros, transações correntes e câmbio

A Fitch afirma que o Banco Central do Brasil conduz um ciclo de aperto da política monetária “dos mais agressivos e proativos” no mundo, o que ajudou a conter as expectativas de inflação. O BC tem reforçado o viés hawkish, diante de riscos à inflação representados pelas atuais incertezas fiscais, diz a agência. “Caso isso persista, o BCB poderia prolongar o período de política monetária ultra-apertada ou mesmo subir mais os juros.”

Segundo a Fitch, o Brasil tem um déficit em conta corrente que deve subir a 3,0% do PIB em 2022, acima do antes previsto, com a demanda doméstica forte, mas também revisões de metodologia, e seguir totalmente financiado por um investimento estrangeiro direto “robusto”.

O real, por sua vez, se segurou bem em meio à volatilidade global de 2022, mas a política monetária doméstica apertada tem compensado o menor sentimento de risco, embora alguns pontos de volatilidade estejam relacionados a “incertezas políticas domésticas”, comenta a agência. As reservas internacionais caíram 9% no ano até meados de dezembro, mas em grande medida por efeitos de valuation, e continuam a representar um amplo colchão, aponta.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Economia

Colômbia anuncia adesão ao Banco do Brics


A Colômbia anunciou nesta quinta-feira, 19, que aderiu oficialmente ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido…


A Colômbia anunciou nesta quinta-feira, 19, que aderiu oficialmente ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), conhecido…

Economia

Moedas globais: dólar opera sem direção única e libra se recupera após cair com o placar do BoE


O dólar operou sem direção única ante os principais pares, em sessão de liquidez comprometida pelo feriado nos Estados Unidos….


O dólar operou sem direção única ante os principais pares, em sessão de liquidez comprometida pelo feriado nos Estados Unidos….

Economia

Eurogrupo aprova recomendação de entrada da Bulgária na zona do euro


Os ministros das finanças da zona do euro reunidos no Eurogrupo aprovaram nesta quinta-feira, 19, a recomendação dos Estados-membros ao…


Os ministros das finanças da zona do euro reunidos no Eurogrupo aprovaram nesta quinta-feira, 19, a recomendação dos Estados-membros ao…