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13 de dezembro de 2025

Embargo da China à carne bovina: Entenda os impactos no Paraná e no Brasil


Por Bruna Oliveira e João Pedro Publicado 30/03/2023 às 15h28
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Marcello Casal jr/Agência Brasil

No dia 22 de fevereiro de 2023, foi confirmada pelas autoridades sanitárias do Brasil, um caso da doença de vaca louca em um estado brasileiro. Devido a isso, as exportações de carne para China foram suspensas. Estimativas dizem que o Brasil tem uma perda mensal de US $676 mil por mês causada pelo embargo à carne brasileira. No estado em que ocorreu o caso, o Pará é responsável por quase 60% das exportações de carne bovina para a China.

Mas afinal, o que é a vaca louca?

A vaca louca é uma doença que costuma ocorrer em animais mais velhos e afeta diretamente o sistema nervoso. É por isso que o animal, que costumava ser calmo e de fácil manejo, se torna agressivo e daí se origina o nome da doença.

Especialistas explicam que este caso da doença é atípico e não existe o risco de transmissão da doença, o laboratório da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) é quem ficou responsável pela análise da carne brasileira. O resultado da analise foi concluído no dia 2 de março, e foi confirmado o diagnósticos inicial das autoridades brasileira que a doença ocorreu de forma natural, e não por contaminação na ração do animal.

Por que essa doença e o embargo afeta diretamente a economia Brasileira?

As negociações com os chineses cresceram cerca de 47% em comparação com o ano de 2022, e coloca a China como o principal destino da carne bovina, somente eles têm 57% das exportações desse produto no mês de janeiro. Com a paralisação que ocorreu, os produtores de carne da região afetada terão grandes consequências no curto e médio prazo, pois eles não tiveram onde vender esse gado. Esse acúmulo de oferta, prejudica não só o estado responsável pelo caso como todo o território nacional.

Fonte: MDIC

Os dados do Gráfico acima mostram a China como o principal país importador de carnes do Brasil, seguida pelos Estados Unidos. Nos primeiros meses de 2023, o ranking se mantém, conforme gráfico abaixo:

Fonte: MDIC

Nota-se que em fevereiro a China e a Argentina demonstraram um aumento na exportação, enquanto os Estados Unidos teve uma maior quantidade em Janeiro, assim como os países baixos.

Como o Paraná se comporta em relação a exportação de carnes?

O Paraná, por sua vez, registrou pelo Porto Paranaguá que as exportações de carne cresceram cerca de 13% em 2022. Foram 2.970.105 toneladas de frango e carnes bovina e suína embarcadas pelo terminal paranaense, contra 2.620.876 toneladas em 2021. O aumento registrado nas cargas de peixe foi ainda maior: 126%, passando de 2.085 toneladas em 2021 para 4.720 toneladas no ano passado.

Proporcionalmente, o maior volume dos embarques está exatamente nas cargas de frango. Em 2022, 2.378.360 toneladas da carne foram exportadas pelo Paraná. No ano anterior, 2.276.168 toneladas, um crescimento de cerca de 4,5%.

Em relação à carne bovina, subiram 113%. Em 2021, 221.442 toneladas foram embarcadas pelo Porto de Paranaguá. No ano passado, o volume somou 471.943 toneladas. De carne suína, foram 119.802 toneladas exportadas em 2022, e 123.266 toneladas em 2021, uma queda de 2,8%.

No ano de 2023, o crescimento das negociações com a China foi de extrema importância para o País e para o Paraná, os impactos para os produtores de carne bovina foram sentidos de imediato com a queda de 10,7% no preço negociado de um dia para o outro.

No Paraná, os impactos econômicos foram minimizados com a continuidade das exportações de Frango e Suínos, que são os segmentos de destaque do estado. Já para o consumidor final, no curto prazo, os preços não tendem a ter alterações significativas, devido a algumas estratégias que os produtores podem adotar para se proteger dessa oscilação de preços, como retardar o abate do animal na esperança de minimizar as perdas.

Fonte: MDIC

Nos primeiros meses do ano, o Paraná exporta principalmente para a China, como mostrado no gráfico acima. Além disso, a Argentina foi o segundo país que mais exportou do Paraná em janeiro.
Já Maringá, segundo dados divulgados pela Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint), Maringá foi a segunda cidade paranaense que mais exportou produtos em 2022. Os dados foram levantados pelo Instituto Mercosul.

No período de janeiro a dezembro do ano de 2022, a cidade foi responsável pela exportação de U$ 2,9 bilhões, convertido para moeda nacional chega a R $14,7 bilhões. O município teve crescimento 27,5 % maior do o ano de 2021. Em 2020, Maringá ocupava a 12ª posição no ranking nacional de exportações. Atualmente, o município ocupa o 14º lugar. O maior parceiro comercial da cidade é a China, em seguida o Irã.

A expectativa é que Maringá se mantenha neste ritmo no ano de 2023, visando a grande força que o agronegócio vem tendo em nossa cidade.

Os efeitos do embargo da carne bovina serão brandos na economia da região de Maringá, isso se deve a dois fatores. O primeiro deles é que nossas exportações estão concentradas na Carne de frango e na carne suína, atualmente no Paraná apenas o abatedouro da Astra que o maior do estado tem a habilitação necessária para exportação de carne bovina para China, segundo fator, é que a carne bovina paranaense tem outros destinos, e esses países continua exportando nossa carne normalmente. Podemos observar que tanto as exportações quanto a demanda por carne paranaense quase não sentirão os impactos do embargo feito pela China.

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