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17 de julho de 2024

A história de ‘Zé da Morte’, o homem que já recolheu mais de 1.500 corpos em Maringá e região


Por Rafael Bereta Publicado 16/04/2023 às 08h24
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Com mais de 1.500 cadáveres recolhidos em Maringá Zé da Morte diz que está pronto para conversar com o sobrenatural. Foto: Arquivo GMC Online

Imagine andar na rua e de cara encontrar um homem vestido com capuz preto até o joelho, botas, além de um semblante fechado. Assustador, não? Foi por causa de toda essa descrição que José Clementino da Silva, de 53 anos, conhecido como Zé da Morte, chega até as ocorrências policiais ou envolvendo acidentes trágicos para buscar cadáveres em Maringá e região. Com o tempo ganhou vários apelidos, o mais conhecido é de ‘Zé da Morte’.

Com mais de 1.500 cadáveres recolhidos em Maringá e região, o auxiliar de perícia do Instituto Médico Legal de Maringá (IML) afirmou em entrevista ao podcast ‘Deixa em Off’ que a coleta de corpos, independentemente da situação, nunca o abalou.

“Não tenho problema nenhum (em recolher corpos). Minha intenção é fazer o meu serviço da forma mais profissional possível para ajudar na perícia. Depois que coleto o corpo aí a atenção total é para a família que está por perto e sofrendo muito”, explica.

Zé da Morte mora em Maringá e trabalha recolhendo corpos desde 2003. É viúvo e tem um filho de 16 anos. Sempre gostou de estudar e essa paixão pelo aprendizado o ajudou a concluir vários cursos superiores, como, Química, Física, Matemática, Biotecnologia e Ciências Naturais.

“Estudo muito e não tenho vontade de parar. Todos esses estudos têm agregado conhecimento para a minha área. Pois o crescimento ético, moral, espiritual, isso a gente desenvolve quando expandimos nossa consciência e para a minha área de atuação é uma busca difícil, é preciso abrir a cabeça, pois você vê a realidade da morte, os casos de homicídios…”, comentou.

Zé diz que nunca sentiu medo de cadáveres e ou de alguma situação. Foto: Arquivo GMC Online

Curiosidades sobre a profissão do ‘Zé da Morte’

De acordo com Zé da Morte, não existe uma técnica correta para o recolhimento de corpos. Isso porque cada situação exige um pouco de “jogo de cintura”. Com tanta experiência, ele afirmou, inclusive, que já encontrou algumas “surpresas” dentro de cadáveres, como drogas em orifícios.

“Quando fazemos as autópsias, precisamos ter uma noção que pode ser encontrado de tudo. Nas ocorrência que atendi, já encontrei pedrinhas de entorpecente no orifício anal. Teve outro caso de um cara que havia cheirado cocaína e encontramos na garganta um pedaço de plástico da caixa de leite. Lembro que deu um trabalho para descobrir como esse jovem havia morrido”, aponta.

A morte e o sobrenatural

É muito comum pessoas se apavorarem ao encontrar um cadáver. No entanto, Zé da Morte diz que nunca sentiu medo. “Não tem nada ali. É só um corpo que precisa ser levado para o IML e periciado. Nada demais”, acrescentou.

Em 20 anos trabalhando no IML, muitas pessoas perguntam se Zé da Morte já chegou a ver algo sobrenatural. “Em todos esses anos trabalhando recolhendo corpos, nunca vi nada sobrenatural, mas eu acredito que existem fenômenos. Espero um dia ter essa oportunidade de ver e tenho me preparado para isso, se acaso eu ver um morto na maca e do nada levantar, eu vou querer conversar com ele com toda a certeza”, afirma.

Confira a entrevista na íntegra

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