Marina Colasanti ganha o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras
A escritora Marina Colasanti venceu o Prêmio Machado de Assis, o mais antigo e importante prêmio literário do País, entregue pela Academia Brasileira de Letras desde 1941. Colasanti foi premiada pelo conjunto da obra. A entrega será no dia 21 de julho, no evento de aniversário da ABL. A escritora, primeira mulher a receber o prêmio desde 2001, receberá R$ 100 mil. A última autora premiada tinha sido Ana Maria Machado.
A escritora recebeu a notícia do prêmio em casa. “Estou muito emocionada, não esperava. Mas acho que sou merecedora porque tenho uma obra extensa. Nunca escrevi romance, mas muitos contos, minicontos, contos infantis, contos estranhos”, disse em comunicado.
“Marina Colasanti, grande escritora que tem uma vasta gama de livros, escreveu vários tipos de literatura com grande eficiência, sabor, e humanismo, principalmente”, disse o presidente da ABL, Merval Pereira sobre a concessão prêmio.
Para ele, o Machado de Assis é o reconhecimento do trabalho de uma vida dedicada à literatura ou a outro tipo de atividade que produza conhecimento, como livros, palestras etc. “A importância dele é que não é dado para uma obra específica, e sim para o conjunto da obra. Marina Colasanti é uma grande intelectual”, continuou.
Trajetória
Marina nasceu em 1937 na cidade de Asmara, capital da Eritréia, na África, no dia 26 de setembro de 1937. Morou em Trípoli, na Líbia e depois na Itália. Em 1948, veio para o Rio de Janeiro. Formou-se em Artes Plásticas. É escritora, jornalista e tradutora, autora de poesias, contos, literatura infantil e infanto-juvenil. É casada com o também escritor Affonso Romano de SantAnna e tem duas filhas, Fabiana e Alessandra Colasanti.
Seu primeiro livro, Eu Sozinha, foi publicado em 1968. Atualmente, são mais de cinquenta títulos, entre os quais livros de poesia, contos, crônicas, livros para crianças e jovens e ensaios sobre os temas literatura, o feminino, a arte, os problemas sociais e o amor. Por meio da literatura, a escritora teve a oportunidade de retomar sua atividade de artista plástica, tornando-se sua própria ilustradora.
Como tradutora, foi responsável por trazer para o português importantes obras de autores da literatura universal, como As Aventuras de Pinóquio (Carlo Collodi, 2002), A Pequena Alice no País das Maravilhas (Lewis Caroll, 2015) e Imagine (John Lennon, 2017).
Além da literatura
Em 1962, Marina começou a escrever para o Jornal do Brasil onde foi redatora, cronista, colunista, ilustradora, subeditora. Foi também editora do Caderno Infantil, participou do Suplemento do Livro, editou a seção Segundo Tempo do Jornal dos Sports. Permaneceu no jornal até 1973. Também trabalhou para revistas como Fatos e Fotos, Ele e Ela, Fair-play, Cláudia, Joia, Manchete e Nova. Recebeu o Prêmio Abril de Jornalismo em 1978, 1980 e 1982.
Marina também fez incursões na televisão, onde trabalhou como entrevistadora do programa Sexo Indiscreto, na TV Rio, foi editora e apresentadora do noticiário Primeira Mão, na mesma emissora. Na TV Tupi, ela também foi entrevistadora do programa Olho por Olho. Na TVE, foi apresentadora e redatora do programa cultural Os Mágicos, âncora do programa cinematográfico Sábado Forte e do programa Imagens da Itália, na TVE, este último patrocinado pelo Instituto Italiano de Cultura.
O último livro que lançou foi Tudo Tem Princípio e Fim, de 2017, publicado pela Escarlate.