Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

16 de dezembro de 2025

‘Cemitério flutuante’ da Guanabara é removido


Por Agência Estado Publicado 14/08/2023 às 08h25
Ouvir: 00:00

Desde que, navegando em sua caravela, o explorador português Gaspar de Lemos descobriu a Baía de Guanabara, em 1502, centenas de embarcações afundaram em suas águas. Tantas, que começam a atrapalhar a navegação e a chegada de barcos ao cais. Por isso, uma força-tarefa liderada pela autoridade portuária PortosRio e integrada por órgãos do governo do Estado iniciou nos últimos meses a retirada de embarcações e carcaças abandonadas nas águas.

O grupo se orienta por relatório da Capitania dos Portos que traz 51 embarcações e cascos abandonados há pelo menos cinco anos na baía. Todos receberam a declaração de perdimento da autoridade marítima, essencial para remoção.

O primeiro barco, naufragado havia mais de dez anos, começou a ser retirado em 17 de maio – o trabalho demora cerca de cinco dias e os destroços são encaminhados para locais de reutilização de material.

Em 29 de junho começou a segunda etapa do projeto: com apoio da prefeitura de Niterói, na região metropolitana, começaram a ser retiradas do mar cinco embarcações encalhadas na altura da Ilha da Conceição, em Niterói, próximo de um cais utilizado para descarregar peixes. Os barcos são construídos majoritariamente de madeira e têm porte médio, o maior com 28 metros.

“Essas embarcações dificultam o acesso dos barcos de pesca ao cais, diminuindo a área de atracação e obrigando os pescadores a esperar mais tempo para conseguir atracar e descarregar seus barcos. Além disso, oferecem risco de acidentes em manobras”, disse o secretário estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal.

Poluição

A retirada dessas embarcações representa também a eliminação de uma das fontes de poluição da baía de Guanabara: “O principal problema ambiental é a possível liberação de produtos como óleo, combustíveis e outros elementos contaminantes nas águas”, diz o biólogo e mestre em ecologia Mario Moscatelli. Segundo ele, já ocorreram vários casos de liberação de óleo na Guanabara, mas nunca se conseguiu provar de onde o produto vazara, então não houve punição. “A baía tem um controle ambiental ainda pouco eficiente. Espera-se que, com a retirada das embarcações abandonadas, o quadro possa melhorar.”

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Niterói, todo o material de madeira recolhido é acondicionado em um terreno da prefeitura e encaminhado a um centro de tratamento de resíduos.

Navio fantasma à deriva bateu na Ponte Rio-Niterói

A Baía de Guanabara é considerada há décadas um cemitério flutuante, com navios fantasmas sem tripulação. Em novembro do ano passado, por exemplo, um navio à deriva bateu na Ponte Rio-Niterói, no Rio, e forçou a interdição da via nos dois sentidos. Por causa das condições climáticas locais, a amarra da embarcação São Luiz se partiu e, por isso, o barco se moveu do local onde se encontrava fundeado na direção da ponte.

Perigo

O navio São Luiz estava fundeado havia seis anos e nove meses e fazia parte de um conjunto de barcos comidos pela ferrugem e pelas cracas, espalhados pelas águas da Baía de Guanabara, sem tripulação e sem propulsão ativa. Especialistas apontam que barcos e outras embarcações de diferentes portes abandonados e apodrecendo representam crescentes impactos e prejuízos à pesca e o impedimento da navegação.

Para piorar, somam-se nessa situação de risco lixo náutico (cascos, peças e equipamentos), lixo urbano, esgoto despejado por municípios e riscos de vazamento químico. Atualmente, a bacia hidrográfica da Baía de Guanabara compreende 35 rios, que nela deságuam, e 53 praias.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

‘Estamos desesperados’, diz dono de restaurante em Pinheiros que está sem luz há dias


Apesar de a concessionária de energia Enel afirmar já ter normalizado o serviço na Grande São Paulo, paulistanos seguem reclamando…


Apesar de a concessionária de energia Enel afirmar já ter normalizado o serviço na Grande São Paulo, paulistanos seguem reclamando…

Geral

Com alerta de chuva intensa, Aneel determina reforço em plano de distribuidoras de SP e RJ


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou às distribuidoras de eletricidade que atuam nos Estados de São Paulo e…


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou às distribuidoras de eletricidade que atuam nos Estados de São Paulo e…

Geral

Nova espécie de sapo brasileiro é batizada em homenagem ao presidente Lula


Uma nova espécie de pequeno anfíbio de montanha, identificada por pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), foi batizada…


Uma nova espécie de pequeno anfíbio de montanha, identificada por pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), foi batizada…