Saiba quais serão os principais eventos astronômicos de 2024
Os apreciadores da astronomia terão um calendário intenso de eventos para observar este ano. Chuvas de meteoros, superlua e eclipses estão entre os fenômenos astrônomicos de 2024. O GMC Online consultou o professor e astrônomo amador Maico Zorzan, que explicou sobre alguns desses fenômenos – confira abaixo.
Chuvas de meteoros
As chuvas de meteoros são verdadeiros shows de bolas de fogo cortando o céu noturno, nos conectando aos vestígios de cometas e asteroides. Este ano está marcado por uma série de eventos celestes emocionantes:
Janeiro, 3 a 4: Quadrantídeos:
É uma chuva de meteoros cujo radiante está localizado na constelação do Boieiro. está associada aos restos da órbita do cometa Mackholz, e é visível todo mês de janeiro.
Abril, 21 a 22: Líridas:
O fenômeno está associado ao cometa C/1861 G1 (Thatcher) e é visível anualmente entre os dias 16 e 25 de abril. A atividade é máxima nos dias 21 ou 22, quando podem ser observados até cerca de 15 meteoros por hora. Seu radiante se encontra próximo a Vega, a estrela mais brilhante da constelação da Lira, e teve seus primeiros registros anotados em 687 AC, pelos chineses.
Maio, 6 a 7: Eta Aquarida:
É uma chuva de meteoros cujo radiante está localizado na constelação de Aquarius. E é proveniente dos restos do cometa Halley em suas passagens pela órbita terrestre. É uma das mais intensas chuvas para o hemisfério sul, alcançando uma taxa de 40 meteoros hora em média.
Julho, 29: Alfa Capricornídeos:
O fenômeno está associado ao cometa 169P/NEAT, e é visível todos os anos entre julho e setembro, e tem sua radiante, que é de onde surgem os meteoros, na constelação de capricórnio.
Julho, 30 a 31: Delta Aquarida:
A chuva de meteoros Delta Aquáridas consiste em aproximadamente 20 estrelas cadentes a cada hora. Significa que uma “estrela cadente” é vista a cada três minutos. E também são restos do cometa Mackholz, o mesmo que faz a chuva dos Quadrantíados em janeiro.
Agosto, 12 a 13: Perseidas:
Com radiante na constelação de Perseu, as Perseidas ou Perséiades são uma chuva de meteoros associada ao cometa Swift-Tuttle. E a maioria dos meteoros vem de material com aproximadamente 1000 anos, com a passagem do cometa, porém existem materiais mais jovens provenientes da passagem em 1862 também.
Outubro, 7: Draconídeas:
São uma chuva de meteoros do hemisfério Norte cujo corpo-mãe é o cometa periódico 21P/Giacobini-Zinner. Porém é possível ver meteoros também no hemisfério sul, porém com menos intensidade. Leva o nome de Draconídeas por ter radiante na constelação de Draco, ou dragão.
Outubro, 21 a 22: Orionídeas.
As oriónidas são uma chuva de meteoros de atividade moderada, na faixa de 20 meteoros por hora. Sua atividade estende-se entre 4 de outubro e 14 de novembro. E tem origem nos restos do cometa Halley, quando a Terra passa por sua órbita.
O fenômeno, que está associado ao cometa Encke, é visível anualmente de setembro a novembro no hemisfério Sul, e tem radiante em dois pontos bem fáceis de localizar no céu, na constelação de Touro, um próximo da estrela Aldebarã, que é a estrela mais brilhante da constelação de Touro, e outro próximo das Plêiades.
Novembro, 17 a 18: Leônidas.
Consiste numa chuva de meteoros associada à passagem do cometa Tempel-Tuttle. Pode ser observada todos os anos por volta de 17 de Novembro, e geralmente tem picos maiores a cada 33 anos, porém é difícil prever quando será o próximo pico, que geralmente é rápido, e só visto em alguns lugares, porém é uma das chuvas de meteoros mais famosas entre astrônomos, e tem seu radiante na constelação de Leão.
Dezembro, 13 a 14: Geminídeas
São chuvas de meteoros causadas pelo objeto 3200 Faetonte, que acredita-se ser um asteroide da família Palas, que possui uma uma órbita semelhante a de um cometa. Possui meteoros lentos, fáceis de observar, e é uma chuva com intensidade bem alta, podendo chegar a 160 meteoros por hora, em condições excelentes de observação. E é um chuva recente, sendo registrada pela primeira vez em 1862.
Dezembro, 21 a 22: Ursídeas.
Os Ursidas são originários do cometa 8P/Tuttle, que deixa um rastro de detritos em sua órbita, porém como é uma chuva com radiante na constelação da ursa menor, nunca vista no hemisfério Sul, é melhor observada no hemisfério norte, e com resíduos no norte e nordeste do Brasil. Porém alguns poucos meteoros podem alcançar a nossa região, podendo, caso o observador tenha sorte, ver alguns durante a noite. Mas são bem poucos
Eclipse Solar
No dia 2 de outubro ocorrerá um eclipse solar que poderá ser visto de forma parcial, bem discreta na região de Maringá. Segundo Zorzan, a totalidade vai ser no sul do hemisfério. “Esse será um eclipse com melhor visualização na Antártida, mas que estaremos na borda da visualização, pegando uma discreta ocultação de uma beirada do Sol. Eclipse solar acontece quando a Lua passa a frente do Sol, causando uma ocultação do mesmo para o observador”, explica.
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Eclipse lunar
Em 25 de março de 2024, toda a América poderá observar um eclipse lunar penumbral. A estrela escurece tão levemente que pode ser difícil perceber sua ocultação do Sol. Pois os eclipses penumbrais ocorrem e forma muito discreta, com a Terra passando a frente do Sol, em relação da Lua, mas com a Lua não entrando na faixa mais escura de sombra, ficando somente na penumbra dessa sombra. De forma prática, é um eclipse para se analisar com telescópio, e comparar o brilho da Lua com dias e horas anteriores e posteriores.
18 de setembro teremos um eclipse lunar parcial, que poderá ser visível por aproximadamente 1 hora na nossa região. Esse sim um eclipse visível ao observador, porém pelo horário, poderemos vê-lo por um curto período de tempo, pela posição da Lua no céu.
Superlua
A superlua acontece quando a Lua está em sua máxima aproximação da Terra e, ao mesmo tempo, quando, em fase cheia, o lado que sempre vemos está todo iluminado pelo Sol. Essa condição da Lua se aproximar e se afastar da Terra ocorre uma vez a cada 28 dias, sempre com um ponto mais próximo, e outro mais longe. Porém para o observador, o que chama a atenção é quando o ponto mais perto ocorre na Lua cheia, quando ela chama a atenção pelo brilho. Todavia, esse aumento do diâmetro visual da Lua, é perceptível somente por imagens comparativas entre a data da Superlua e demais dias. Na prática, o satélite natural estará mais próximo da Terra e por isso a percepção será da Lua maior e mais brilhante no dia 17 de outubro, sendo a maior considerada a maior Lua Cheia do ano.