‘Ela não tem condições físicas e psicológicas’, diz advogado de mãe que confessou ter matado três filhos
O advogado de defesa da mulher de 41 anos, moradora de Arararuna, que na última segunda-feira, 11, confessou ter matado o próprio filho de 3 dias de vida por asfixia, alega que ela não tem capacidade psíquica para confessar qualquer crime. Nesta quinta-feira, 14, ela deu um novo depoimento à Polícia Civil, em que confessou ter matado outros dois filhos logo após o nascimento, nos anos de 2013 e 2016.
O advogado da mulher, Pedro Ricardo Camargo, disse que irá pedir uma intervenção médica porque a cliente não tem condições físicas e psicológicas. “Eu quero ressaltar que eu pessoalmente acompanhei o interrogatório complementar da senhora, onde supostamente ela teria confessado a prática de dois outros crimes, um ocorrido no ano de 2013 e o outro ocorrido no ano de 2016. Ocorre que a senhora não tem capacidade física, tampouco psíquica, para afirmar ou confessar qualquer prática de crime. Sendo assim, hoje mesmo (sexta-feira, dia 15), a defesa estará protocolando junto ao judiciário, um pedido de intervenção médica em favor da senhora, para que ela possa ser submetida a um médico, a um profissional que possa atestar a sua saúde mental, para que todos esses fatos sejam no final elucidados. Cumpro informar que nem mesmo esse advogado tem poder de influenciar as decisões tomadas pela senhora, tanto que, se tivesse, a orientaria a permanecer em silêncio, assim como ela permaneceu em silêncio no dia da sua prisão em flagrante,o que deixa demonstrado o estado psicológico que se encontra a investigada neste momento”, relatou.
O que diz a delegada
A delegada do caso, Karoliny Neves Marques, declarou que assim como aconteceu nesta última vez, nas outras situações a mulher também conseguiu esconder a gravidez do companheiro – que na época era outro homem – durante os 9 meses de gestação, quando ela vivia em Cianorte.
Karoliny explicou que a autora só confessou os crimes do passado ao saber que a delegada já tinha em mãos os prontuários médicos comprovando as gestações nos anos anteriores. A delegada também afirmou que a mulher – que é mãe de dois jovens de 17 e 19 anos – conseguiu enganar a todos, inclusive o atual marido, que não tem envolvimento no caso.
“Pelo que familiares relatam, ele tinha todo desejo de ter um filho e constituir uma família com ela (os dois adolescentes são enteados do atual marido)”, relatou a delegada, complementando que as investigações seguem para apurar se ela teve outras gestações ao longo da vida, haja visto que todas elas não foram perceptíveis.
“Ela contou que primeira gravidez só foi descoberta na hora do parto, enquanto a segunda ela mesmo informou aos familiares. Quanto aos outros três, que ela confessa ter matado após o parto, afirma que agiu naturalmente, mas que ninguém reparou diferença em seu corpo”, revelou Marques.
Atualmente a mulher está presa e responderá por homicídio qualificado, por modo cruel (devido a ter asfixiado o filho em sacos plásticos) e também o crime de ocultação de cadáver. Os filhos que morreram nos anos anteriores teriam sido mortos da mesma forma, o que agrava ainda mais a situação.
Com informações do O Bemdito.