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22 de novembro de 2024

Veja como é dentro da pequena ilha brasileira dominada por 15 mil cobras


Por Redação GMC Online Publicado 06/04/2024 às 07h46
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Há mais de um século, cientistas têm explorado os enigmas de uma ilhota no litoral sul de São Paulo, com uma extensão de 43 hectares. Chamada de Ilha da Queimada Grande, está posicionada a aproximadamente 35 km da costa de Itanhaém (SP) e é lar de cerca de 15 mil serpentes da espécie jararaca-ilhoa, ganhando assim o apelido de Ilha das Cobras.

Foto: Reprodução/Pesca com Bill

Devido à presença abundante de serpentes venenosas, o acesso público à ilha é estritamente proibido devido ao perigo que representa. Geralmente, apenas cientistas ligados ao Instituto Butantan e outras instituições acadêmicas autorizadas têm permissão para estudar essa região.

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Foto: Otavio Augusto Vuolo/Instituto Butantan e Comunicação Butantan

Vídeos mostram como é dentro da ilha. Nas imagens, é possível ver a grande concentração de cobras e um ambiente bastante inóspito.

Apesar da grande presença da serpente venenosa e da difícil acessibilidade à ilha atualmente, a região já foi habitada por pessoas. Conforme o Instituto Butantan, no final do século XIX, a Marinha do Brasil instalou um farol na ilha. A manutenção desse farol era responsabilidade de faroleiros que moravam na ilha. Porém, em 1925, os faroleiros foram removidos da Ilha da Queimada Grande e o farol foi automatizado.

Os vídeos mostram que o farol ainda existe – e é cheio de cobras.

Isoladas, cobras jararacas evoluíram na ilha

As jararacas que habitam exclusivamente a Queimada Grande evoluíram ao longo dos anos devido ao seu isolamento, desenvolvendo características únicas. Estas serpentes, batizadas de jararacas-ilhoas (Bothrops insularis) se alimentam principalmente de aves, já que não há roedores na ilha. No entanto, elas têm uma preferência por aves migratórias que passam pela ilha em certas épocas do ano, enquanto as aves residentes parecem ter desenvolvido mecanismos de defesa contra as jararacas.

Estas jararacas ficaram isoladas na Ilha da Queimada Grande cerca de 11 mil anos atrás, após o término da era glacial. Com o aumento das temperaturas, o nível do mar subiu, separando a ilha do continente e levando consigo um grupo de jararacas. Durante esse período de isolamento, as jararacas passaram por adaptações e diferenciações em relação às suas parentes continentais, resultando em características únicas.

Foto: Otavio Augusto Vuolo/Instituto Butantan e Comunicação Butantan

Outra peculiaridade das jararacas-ilhoas é sua tendência a habitar principalmente árvores, facilitando o processo de caça. Além disso, possuem uma coloração amarelada e uma cabeça proporcionalmente maior em comparação com as jararacas do continente.

Veneno 20 vezes mais potente causa morte rápida

O veneno das jararacas da ilha possui efeitos semelhantes ao das jararacas comuns, porém apresenta mutações em sua composição que estão sendo estudadas pelos cientistas. Acredita-se que essas mutações possam até contribuir para a produção de medicamentos.

De acordo com especialistas, o veneno dessas serpentes é até 20 vezes mais potente do que o das jararacas comuns. Além disso, estudos indicam que o veneno da jararaca-ilhoa é capaz de causar a morte em seres humanos em até seis horas após a picada, mostrando uma adaptação para suas presas específicas.

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oto: Otavio Augusto Vuolo/Instituto Butantan e Comunicação Butantan

Outra diferença, é que as jararacas-ilhoas também são ligeiramente menores, alcançando entre 0,5 e 1 metro de comprimento, enquanto o tamanho médio da jararaca comum (Bothrops jararaca) varia de 1,2 a 1,6 metros. No entanto, o Instituto Butantan afirma que essa espécie pode alcançar até 2 metros de comprimento.

Cobras dormideiras também são encontradas na ilha.

Com informações são do Metrópoles, parceiro do GMC Online

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