Hora da Colheita analisa safra e apresenta perspectivas do agro
O Paraná deve colher uma safra de soja 16% menor do que o previsto. A quebra na produção foi tema da primeira edição da Hora da Colheita, evento que reuniu secretários de Estado e lideranças do agro nesta segunda-feira, 29, em Maringá.
O agronegócio é a atividade econômica com mais peso no PIB paranaense. E a soja é o carro-chefe da produção agrícola. Depois de uma safra recorde em 2022 e 2023, a safra 2023/2024 sofreu perdas de produtividade. O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, explica o que aconteceu.
“[…] Perda por altas temperaturas, falta de chuva, o que acabou reduzindo então a nossa safra de um potencial de 21,8 milhões para 18,3 milhões de toneladas que é o que nós estamos colhendo”, afirma Noberto Ortigara.
Além de uma análise da safra, a Hora da Colheita apresentou outras preocupações do setor, como a queda dos preços e a falta de crédito, que freia investimentos, diz o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço.
“Em todos os cantos em que se produz nesse mundo sempre há o subsídio do governo para as atividades agrícolas, no Japão, na Europa, nos Estados Unidos. Então nós ficamos preocupados, porque hoje precisamos de infraestruturas, como o transporte ferroviário, que é muito lento, nós temos custos rodoviários caríssimos, portos com dificuldades de escala e também a armazenagem, porque a agricultura vive com uma armazenagem muito abaixo do ideal. Nós temos 170 milhões de toneladas e precisamos pelo menos 240/250 milhões de toneladas”, explica o presidente.
Mas a Hora da Colheita também trouxe boas notícias para o setor. Apesar de produzir menos e vender a um preço menor agora, o produtor de soja vai ter lucro na próxima safra, diz o diretor comercial da Coamo, Rogério Tranin.
“Os insumos baixaram 20% em relação à safra anterior. Os preços baixaram 10%, então a relação de troca ficou boa”,
Outra boa notícia para o setor é a regulamentação do autocontrole sanitário que irá expandir a capacidade de produção de proteína animal no país, reforçou o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros
“O ministro Favre anunciou que regulamentará este mês ainda o alto controle sanitário. Cada frigorífico, cada planta vai ter o seu próprio programa de controle e o governo federal vai auditar periodicamente o controle sanitário. […] Isso vai dar um ‘boom’ de produção de proteína no Brasil.”, diz Ricardo Barros
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá, José Carlos Barbieri, acompanhou o evento.
“A gente sabe que quando o agronegócio vai bem, a cidade também vai bem, ou seja, nós dependemos muito do agronegócio. É o agronegócio que injeta dinheiro na economia dos municípios e a partir disso o comércio, a industria e o serviço vai bem também, ou seja, dependemos muito do agronegócio”, expõe o presidente da ACIM.
A Hora da Colheita é um evento da CBN Maringá e foi realizado na Sicredi Dexis. O presidente da Sicredi Dexis, Wellington Ferreira, falou sobre a importância do crédito para o agro.
“Foi muito bacana isso, as cooperativas de crédito têm buscado atender o maior número possível de produtores rurais. A cada ano a gente aumenta muito os recursos que colocamos à disposição. Já estamos em segundo lugar como o maior repassador de crédito rural”, destaca Wellington Ferreira.
O evento foi mediado pelo jornalista da Rede CBN Carlos Alberto Sardenberg e está disponível no canal da CBN Maringá no Youtube.
