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01 de setembro de 2024

Fãs da cultura coreana aquecem mercado gastronômico em Maringá


Por Brenda Caramaschi Publicado 27/07/2024 às 09h22
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A imigração coreana para o Brasil é relativamente recente, tem cerca de 60 anos, quando o primeiro navio com imigrantes vindos diretamente do país atracou em terras brasileiras depois de um período de guerra e grande crise econômica por lá. Mas o boom que a cultura do país asiático teve por aqui é ainda mais. 

Na música, as bandas de  k-pop passou a incluir o País nas turnês internacionais e tem atraído multidões para grandes espaços de shows. No streaming são os doramas, ou k-dramas, que conquistam públicos cada vez maiores. Entretanto, Isamara Tanaka dos Santos já acompanhava tudo isso bem de perto antes de ser “modinha”.   

No final dos anos 90, ela dançava em máquinas instaladas em shoppings e que tinham músicas coreanas para que as pessoas fizessem as coreografias que apareciam nas telas, e na internet, ainda discada, pesquisava e baixava as canções de k-pop para ouvir no aparelho de MP3. Ela também assistia doramas em DVDs que pegava emprestado com a dona de uma loja de produtos orientais que costumava frequentar. “Eu falava com os outros sobre e me perguntavam ‘o que é dorama’? e quando eu explicava diziam que era chato. O aumento do público veio depois da pandemia”, conta, explicando que foi quando os streamings passaram a disponibilizar mais produções do tipo nos catálogos. “Hoje vejo o pessoal assistindo até na praça de alimentação do shopping”, se diverte. E com mais telespectadores, aumentaram também as vendas. 

As lojas de produtos orientais, com a que Isamara frequentava e onde ela trabalha hoje, aumentam ano a ano a lista de produtos com origem na Coreia do Sul. Os maringaenses podem encontrar doces, bebidas e principalmente os lamens sul coreanos. Ela diz que a internet de um empurrãozinho para despertar a curiosidade, com os iktokers e  youtubers. “Eles fazem vídeos mostrando produtos que eles estão comendo ao viajar para a Coreia ou São Paulo, e as crianças, principalmente, pedem para os pais comprarem. A chef Helena Jang, por exemplo, sempre passa receitas e o pessoal vem com a listinha de ingredientes para comprar”. 

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As lojas de produtos orientais, com a que Isamara frequentava e onde ela trabalha hoje, aumentam ano a ano a lista de produtos com origem na Coreia do Sul. / Foto: Isamara Tanaka dos Santos

Na loja, apenas três ou quatro famílias de clientes têm origem coreana. Os demais são brasileiros, muitas vezes, sem qualquer origem familiar oriental. de Maringá e região. Entre os produtos mais procurados estão o chá de ginseng. “Ele ajuda na memória e passou a ter muita procura depois da covid-19, de pessoas que, depois da doença, não estavam conseguindo memorizar bem”. 

Os sorvetes coreanos e sucos também estão entre os mais vendidos. “O suco de uva com pedaços da fruta muita gente sempre comprou achando que era japonês, mas ele é coreano. Ele é bem popular e conhecido”. O soju, que é uma bebida alcoólica destilada de arroz, é outro item que faz sucesso, assim como o kimchi, uma conserva de vegetais fermentados em pimenta vermelha. 

Mas para quem quer uma verdadeira imersão na gastronomia tradicional coreana sem ter que “pôr a mão na massa”, as opções de restaurantes que servem pratos típicos também vem crescendo na cidade. Uma comida de rua bem popular, o corndog, que é um tipo de cachorro quente com a salsicha envolta por uma massa e frita, esteve presente até na Expoingá desse ano, e em edições anteriores do tradicional Festival Nipo Brasileiro, já havia opções coreanas sendo servidas ao público. Agora, estabelecimentos que já serviam comida oriental japonesa estão diversificando o cardápio. 

Pratos coreanos com receita de família

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Bibimbap (que lembra um poke, mas é quente) está entre as opções preferidas dos clientes de Regina Koyama / Foto: divulgação

Regina Koyama está à frente de um dos restaurantes de uma rede que, há mais de 20 anos, oferece comida japonesa, mas que em 2024 inseriu pratos coreanos. A expansão veio primeiro no delivery e, nesta semana, o restaurante onde Regina é chef ampliou o cardápio e passou a oferecer aos clientes a chance de degustar opções como bibimbap (que lembra um poke, mas é quente) e frango picante, diretamente no local. “Eu fui buscar um sabor que eu aprecio muito. Conheci uma pessoa de origem coreana e ela se dispôs a me ensinar os pratos do dia a dia de uma família de lá. Ela aprendeu a cozinhar com a mãe e eu fiquei muito surpresa e apaixonada por todos os pratos que ela me mostrou. É um sabor viciante, que você prova e não quer parar nunca mais”, diz a chef. Entre os pratos mais pedidos estão o topokki, que é uma massa de arroz com molho apimentado, o bulgoghi, que é uma carne bovina marinada e jajagmyeong, o famoso macarrão com molho preto

Das telas para o prato

A maringaense Amanda Gabriella de Oliveira é criadora de conteúdo em uma das maiores páginas do instagram sobre doramas e entrou nesse universo por causa do marido. “Ele é advogado e estava buscando séries que falassem sobre advocacia e colocou ‘Uma advogada extraordinária’ para ele assistir. Eu comecei a assistir com ele e me ganhou completamente. Eu gostei do estilo da série, que era uma boa produção, da cultura que era diferente e me atraiu muito”, conta.

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A maringaense Amanda Gabriella de Oliveira é criadora de conteúdo em uma das maiores páginas do instagram sobre doramas e já promoveu encontros presenciais regados a sabores coreanos / Foto: Arquivo pessoal

Esse foi o primeiro de muitos dos doramas que ela já assistiu, de diferentes gêneros: históricos, de época, de ação, de terror… Para compartilhar as experiências, ela criou a página. E na cidade natal, ela criou um grupo, com mais de cem meninas, que promovem encontros regados a lamen, kimchi e soju. “Toda dorameira tem que ter essa experiência”, conta Amanda, que agora quer ir a um restaurante para provar os pratos mais elaborados. “Principalmente o topokki, que parece ser muito bom. Quando a gente vê, fica com água na boca e dá uma vontade enorme de experimentar”, revela, ansiosa.

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