Sete clubes de carros antigos de Maringá preparam viagem em comboio para encontro no Paraguai
No próximo sábado, 3, sete clubes de carros antigos de Maringá irão se reunir em um comboio para viajar até o Paraguai. A aventura terá como destino a cidade de Minga Guazú, a cerca de 17 km da fronteira de Foz do Iguaçu, que será sede do 2º Encuentro de Vehículos Antiguos Jahapa Mingape.
A organização do evento é do clube local Clásicos Minga Angiru Aty, e contará com representantes brasileiros do Clube Opala de Maringá, Ômega Clube Mandaguari, Amigos do Fusca de Maringá, Marialva Automóvel Clube, Car Club Nozes, Unidos pelos Quadrados e Clube 676.
Ao todo, o comboio brasileiro reunirá aproximadamente 30 carros, de modelos diversos: Fusca, Caravan, Opala, Ômega, Chevette, Fiat 147, Paraty, Gol, entre outros. Todos eles partirão na manhã da próxima sexta-feira, 2, por volta das 7h, do Posto Aldo, na saída para Campo Mourão, em Maringá.
Por se tratar de muitos veículos, serão formados grupos menores para pôr o ‘pé na estrada’, como explica o presidente do Clube Opala de Maringá, Alcimar Giollo, um dos organizadores da viagem:
“Nós fizemos uma lista dos participantes, dos sete clubes. Então, eles estão mandando representantes. Como o comboio é muito grande, a gente não vai sair tudo junto, vamos dividir em pequenos comboios, com cinco ou seis carros. Então sai um comboio, espera dez minutos, sai outro comboio, pra gente não trancar o trânsito”, disse Alcimar.
A viagem até o Paraguai
Os amantes de carros antigos de Maringá e região farão a viagem de aproximadamente 439 km até Minga Guazú-PAR, passando por Foz do Iguaçu e pela Ponte da Amizade, na fronteira entre os países.
Com o intuito de fazer um passeio e aproveitar a experiência, os motoristas estipularam que irão rodar com velecidade de 80 a 90 km/h nas estradas com suas antiguidades, na medida em que muitos veículos podem apresentar problemas durante o trajeto.
Vamos levar peças sobressalentes dos carros, coisas que possam vir a fazer a diferença, além de ferramentas. Dentro do nosso grupo tem dois ou três mecânicos que estarão lá e vão estar disponíveis para ajudar também, se eventualmente acontecer [algum problema com os carros]. Quem vai dirigir não vai beber”, explicou Alcimar Giollo.
O evento Jahapa Mingape vem ganhando grandes proporções em Minga Guazú e a expectativa é que reúna, no próximo fim de semana, mais de 600 carros antigos na cidade. Além de muitos brasileiros, os paraguaios possuem modelos antigos de veículos europeus e asiáticos, que vão se misturar no encontro dos apaixonados.
Com uma ótima estrutura, o 2º Encuentro de Vehículos Antiguos terá apoio da Prefeitura do município, que cederá um ginásio para os visitantes do evento, com banheiros, água quente, pontos de energia e locais cobertos para dormir. Além disso, o clube Clásicos Minga Angiru Aty sorteará uma caminhonte Ford F-1000 para os prestigiadores da festividade.
Uma paixão que ultrapassa fronteiras
Para chegar ao Paraguai, temos que voltar um pouco no tempo e falar da paixão de muitas pessoas por carros antigos. É um hobby que geralmente se desperta muito cedo, com tradições familiares e que se torna parte significativa dos apaixonados, os levando muito longe.
No caso dos participantes dos clubes de Maringá e região e, principalmente no caso de Alcimar e sua esposa Edineia, a paixão pelos veículos antigos os levaram ao encontro no país vizinho, através da curiosidade e da vontade de compartilhar experiências com aqueles que possuem os mesmos gostos.
“Eu sempre gostei de carro antigo. Já tive Fusca, já tive Opala, já tive Paraty, já tive Santana, tudo antigo. Em 2012 eu comprei um Fusca, fiquei com ele um tempo, conheci o pessoal do Amigos do Fusca, comecei a participar do encontro e, por alguns motivos, acabei vendendo esse Fusca em 2015. Em 2019, não aguentando ficar sem carro, comprei um Gol GTS e troquei por um Opala 6 cilindros, que era o meu sonho. E aí você começa a participar de encontros de clubes, conhece pessoas, viaja para cidades próximas… E acabei indo num encontro em Nova Esperança. Lá eu vi um cara que tinha uma BMW, com placa do Paraguai. Um brasileiro que mora em Foz do Iguaçu, com placa do Paraguai. Comecei a conversar com ele, falei que eu gostaria de ir pra outros encontros de lá [Paraguai]. Porque eu morei em Foz do Iguaçu muito tempo, na fronteira”, relatou Alcimar.
Desta forma, o presidente do Opala Clube de Maringá soube do evento em Minga Guazú, ligou para os organizadores e foi conhecer o espaço, no ano passado.
“Eu vi naquele primeiro momento o extremo amor que eles têm por carro. Vou dizer pra você que eles têm até mais do que nós, pelas grandes dificuldades que eles têm em conseguir peça, em conseguir acabamento e tudo mais. O presidente do clube lá, para você ter ideia, comprou um Opala e teve que comprar outros três Opalas, pedaços de Opala, pra poder montar um [completo]”, contou Alcimar.
Não existem fábricas de veículos no Paraguai, assim como auto peças para modelos brasileiros, o que dificulta a aquisição de carros antigos pelos paraguaios. No Brasil, o acesso é muito mais fácil, nas cidades ou até mesmo de forma on-line.
Mesmo assim, isso não limitou o amor dos nossos vizinhos pelos veículos retrôs e muito menos os impossibilitou de organizar um evento muito bem organizado e prestigiado.
“No mês de agosto do ano passado nós fomos lá [Minga Guazú] em seis carros antigos e um novo, para backup e apoio. Fomos extremamente bem recebidos. Uma organização tremenda. Eu participo de encontros de carros antigos há bastante tempo e vou dizer que o melhor encontro que eu já fui tinha sido esse do Paraguai até aquela data. Muito, muito bom. E eu me sentia no Brasil. Músicas brasileiras, o pessoal conversando com a gente em português, um ‘portunhol’ arranhado, mas a gente se comunicava muito bem”, continuou Giollo.
Após a boa impressão, coube a Alcimar e seus companheiros contarem suas experiências em Maringá, o que motivou a organização da viagem ao Paraguai.
O Opala Clube de Maringá
O Opala Clube de Maringá existe desde 2012, sendo um dos clubes mais antigos da cidade. O clube reúne cerca de 35 amantes do modelo da Chevrolet. Integrante do grupo desde 2020, Alcimar Giollo se tornou presidente da associação em 2023.
Semanalmente, às quintas-feiras, diversos clubes de carros antigos e outras pessoas amantes dasraridades se reúnem no estacionamento do Estádio Regional Willie Davids, para exposições, premiações e, principalmente, a troca de histórias e experiências.
