Projeto de odontologia da UEM faz vaquinha para melhorar atendimento a bebês
A clínica odontológica da Universidade Estadual de Maringá atende gratuitamente pacientes de todas as idades e com diferentes necessidades. Entre esses atendimentos estão crianças e bebês com freio curto na língua, a chamada “língua presa”.
O freio lingual encurtado pode gerar dificuldades na amamentação dessas crianças. Essa condição pode ser solucionada com uma pequena cirurgia, que é feita na clínica da UEM. O local se tornou referência nesse tipo de atendimento, mas o espaço está pequeno para atender à demanda. Esses pacientes são atendidos toda segunda-feira à tarde e, no ano passado, eram dois ou três atendimentos no período – agora chegam a 10.
A professora odontopediatria Gabriela Santin é quem coordena o projeto e explica que pacientes de todos os municípios da 15a Regional de Saúde são atendidos ali. São bebês e crianças de até cinco anos que vem encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde, pelo Banco de Leite do Hospital Universitário e por indicação de outros profissionais, como fonoaudiólogos.
Língua presa pode dificultar alimentação de bebês
O frênulo lingual, também conhecido como freio lingual, é uma membrana que liga a parte inferior da língua ao assoalho da cavidade oral. Durante a gestação, existe uma pequena porção de tecido embrionário que deveria ter sofrido uma regressão durante o seu desenvolvimento, mas ela permanece na face ventral da língua. Essa alteração é chamada de anquiloglossia, ou língua presa, e pode restringir os movimentos da língua dependendo do grau da alteração. “Ele limita a mobilidade e pode impactar na alimentação, na fala, na deglutição… Todas aquelas funções da língua acabam sendo prejudicadas”, explica Gabriela.
Na amamentação, a alteração no frênulo lingual pode causar ferimentos nas mamas e diminuir a habilidade do bebê de fazer a adequada pega e sucção do leite materno, dificultando que ele extraia o volume necessário que ele precisa durante cada mamada e ocasionando o desmame precoce. Já nas crianças maiores, essa restrição de movimentos da língua impede que ela fale corretamente determinados fonemas.
Apesar da importância do atendimento e da alta procura, a restrição de espaço tem se tornado um obstáculo, como explica a coordenadora. “A clínica da residência de odontopediatria é um espaço bem pequeno. A gente tem quatro cadeiras odontológicas para atender pacientes que são atendidos na cadeira. Mas no caso dos bebezinhos, a gente tem a mãe e, muitas vezes, o pai, que nos acompanha. E eu preciso que essa mãe amamente, preciso de um ambiente tranquilo. Eu estou em um lugar que comporta 12 pessoas e precisaria comportar 30. E a gente não tem esse espaço, então as mães ficam desconfortáveis. A gente não consegue aumentar os atendimentos, nem ser acolhedor”, diz a professora.
Como ajudar no atendimento aos bebês
O grupo que faz o atendimento conseguiu uma sala maior, mas agora precisa equipá-la. Por isso, lançou uma rifa e uma “vaquinha virtual” para arrecadar doações. “A gente precisa de armários, poltrona de amamentação, uma poltrona para pesar os bebês, tudo para oferecer um atendimento de excelência”, diz Gabriela. As alunas da pós-graduação, que fazem o atendimento supervisionado, organizaram tudo e as doações também começaram a chegar fora do ambiente virtual. Em pouco mais de um mês, já ganharam poltronas e cadeiras para acomodar os acompanhantes. “Isso tudo deixa a gente até emocionado”, conta a professora.
O sorteio da rifa será nesta quarta-feira, 31 e ainda é possível adquirir por esse link. Já a vaquinha fica aberta até arrecadar o fundo necessário e está disponível aqui.