Dia do Padre: conheça os novos presbíteros de Maringá e como funciona o processo de ordenação
A Igreja Católica de Maringá e região terá mais quatro novos padres. Neste mês de agosto, a Arquidiocese de Maringá prepara as ordenações presbiteriais de 2024 e passará a ter 97 presbíteros. As novas ordenações serão presididas pelo Arcebispo Dom Frei Severino Clasen e acontecem próximas ao Dia do Padre, celebrado neste domingo, 4.
A data remete à festa de São João Maria Vianney, quando, em 1929, o Papa Pio XI o proclamou padroeiro dos padres e das demais pessoas que servem ao Cristianismo. João Maria Vianney nasceu na França, em 1786, e foi considerado um dos mais notáveis conselheiros do mundo católico, sendo canonizado em 1925, também pelo Papa Pio XI.
Em meio às celebrações, os novos padres diocesanos da Arquidiocese de Maringá já começaram a receber suas ordenações na última sexta-feira, 2. O primeiro foi o diácono Luiz Felipe Ricciardi, de 28 anos, que concluiu sua formação presbiteral na igreja matriz da Paróquia Menino Jesus de Praga e São Francisco Xavier, em Maringá.
Os outros três diáconos serão contemplados com o ministério presbiteral a partir do fim desta semana. Confira as datas e os locais:
- Jonas dos Santos, 29 anos – 9 de agosto (sexta-feira), às 20h, na igreja matriz da Paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu
- Paulo Henrique Ramires da Silva, 32 anos – 9 de agosto (sexta-feira), às 20h, na igreja matriz da Paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu
- César Endrice Massuria, 40 anos – 30 de agosto (sexta-feira), às 20h, na igreja matriz da Paróquia São Pedro Apóstolo, em Doutor Camargo
As ordenações serão transmitidas pelas redes sociais da Arquidiocese de Maringá e pela Rádio Colmeia FM 98,7.
Entenda o processo de ordenações de padres da Igreja Católica
A primeira etapa consiste na iniciativa daqueles que se sentem vocacionados a serem padres. Assim, o candidato precisa manifestar sua vontade ao padre da paróquia onde reside, para então ser encaminhado aos chamados encontros vocacionais.
Os encontros vocacionais acontecem no Seminário Arquidiocesano, no quarto final de semana de cada mês, durante um ano. Após esse período, os candidatos são acolhidos para a formação presbiterial. Há a possibilidade do Seminário solicitar que o jovem faça um período maior de encontros vocacionais, em um processo de discernimento, para que ele tenha certeza da vontade de ser padre.
A partir disso, se inicia de fato o processo de ordenação presbiterial. A formação é concluída em um período de oito anos e conta com três etapas: Propedêutico, Graduação em Filosofia e Graduação em Teologia.
Propedêutico
O Propedêutico é um período de experiência, com duração de um ano. Aqueles que iniciaram a formação presbiterial passam a morar em um seminário, juntamente com outros jovens que desejam ser padres. Nessa etapa são reforçados alguns aspectos da doutrina da Igreja Católica e do catecismo, além de reforços de Língua Portuguesa, História da Igreja, História do Brasil e, principalmente, as dimensões da espiritualidade e da oração.
Os seminaristas são submetidos a avaliações nas disciplinas, podendo ser reprovados em caso de notas baixas. Também são desenvolvidas atividades pastorais durante os fins de semana, para atuação auxiliar em paróquias. De segunda a sexta-feira, os seminaristas ficam no seminário. O Padre Sandro Ferreira, da Paróquia Santa Maria Goretti, de Maringá, conta a função desta etapa no processo formativo:
“É um ano em que o jovem está saindo de casa, então é um processo de readaptação. O que é avaliado não é só a dimensão intelectual, só os estudos, mas também a convivência comunitária, como ele se relaciona com os outros jovens, como ele desenvolve a sua atividade pastoral no final de semana. É um aspecto bastante importante”, explicou o Padre Sandro Ferreira.
Graduação de Filosofia
Sendo aprovado no Propedêutico, os seminaristas precisam cursar Filosofia, passando normalmente pela avaliação do Vestibular e cursando os três anos de duração previstos. Atualmente, a graduação em Filosofia para os seminaristas da Arquidiocese de Maringá acontece no Centro Universitário Cidade Verde (UniCV), em uma parceria entre as instituições.
Os filósofos e a Filosofia são muito importantes para esse processo formativo, porque a Filosofia ajuda a pensar, a refletir, a ter um senso crítico, a analisar as coisas, a avaliar. E para o padre esse é um aspecto importante, ter esse caráter crítico, saber ler a realidade, saber ler o contexto em que ele está inserido. Então nos três anos de Filosofia se busca enfatizar essa dimensão”, disse o Padre Sandro.
Graduação de Teologia
Concluindo e sendo aprovados na graduação de Filosofia, os estudantes precisam cursar Teologia, durante quatro anos. A faculdade, para a formação da Arquidiocese de Maringá, acontece da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Londrina.
Enquanto os estudos filosóficos são relacionados aos aspectos racionais, a Teologia significa “estudo de Deus”, sendo ligada à dimensão bíblica e aos estudos específicos do ministério presbiteral. As duas graduações são custeadas pela Arquidiocese.
Ministério Diaconal
Passados os oito anos mínimos para a formação presbiterial e acumulando devidamente as aprovações, os estudantes são ordenados diáconos. A Igreja recomenda um período de seis meses de ministério diaconal para, assim, estes serem ordenados padres.
Nesta última etapa, os diáconos são designados para uma paróquia, podendo desempenhar funções como batismos, celebração de casamentos e bençãos. No entanto, eles não podem celebrar missas, confessar ou dar unção dos enfermos.
Normalmente, os diáconos permanecem nas mesmas paróquias após se tornarem presbíteros, mas isso pode variar de acordo com a necessidade e designação da Arquidiocese.
