Nova espécie de árvore com fruto vermelho e suculento é descoberta na Mata Atlântica
Uma descoberta na Mata Atlântica pode representar tanto uma vitória para a biodiversidade quanto um alerta sobre os desafios da conservação ambiental. Pesquisadores acabam de anunciar a identificação de uma nova espécie de árvore frutífera, a Eugenia guapiassuana, encontrada na Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), localizada em Cachoeiras de Macacu (Rio de Janeiro) e que chama atenção pelo seu fruto comestível.
A nova espécie da árvore com seu fruto peculiar foi inicialmente identificada por Messias Gomes da Silva, funcionário da REGUA, durante suas atividades de campo. Nomeada em homenagem à localidade onde foi encontrada, a Eugenia guapiassuana já chama atenção pela sua singularidade dentro do gênero Eugenia, um dos mais ricos e diversos da flora brasileira.
Fruto suculento e comestível: Características únicas da nova espécie de árvore
A cereja-de-guapiaçu, como foi popularmente batizada, é uma árvore de grande porte que se destaca por suas flores grandes e rosadas, uma característica incomum entre as Eugenias, que geralmente apresentam flores pequenas e brancas. Esta árvore caducifólia perde completamente suas folhas durante a floração, revelando uma copa rosada que pode ser avistada de longe.
Comestíveis, seus frutos, de um vermelho-vivo e polpa suculenta e alaranjada, têm um sabor levemente ácido e um aroma marcante. A semelhança com a Eugenia involucrata, conhecida como cereja-do-rio-grande, reforça sua ligação com o gênero, mas também realça sua distinção.
Ameaça
Apesar da beleza e importância dessa nova espécie, a Eugenia guapiassuana enfrenta um risco crítico de extinção. Sua raridade, combinada com a degradação do seu habitat devido à expansão urbana e atividades agrícolas, coloca essa árvore em uma situação vulnerável. A descoberta levanta uma bandeira vermelha sobre a necessidade urgente de proteger as áreas remanescentes da Mata Atlântica e sua rica biodiversidade.
A descrição científica da nova espécie foi publicada na renomada revista Kew Bulletin, resultado de uma colaboração entre instituições de pesquisa de destaque, como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Ceará e o Sítio E-Jardim. A pesquisa foi possível graças ao apoio técnico e logístico da REGUA.
Com informaçõe do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro