1972: a sexta legislatura
Em 1972, a Câmara Municipal teve a sua composição elevada de 17 para 21 cadeiras.
A larga vantagem que o MDB impôs na eleição a prefeito não se refletiu na eleição ao cargo de vereador, que foi bem equilibrada. O MDB alcançou 51.6% dos votos e obteve 11 cadeiras, enquanto a Arena totalizou 48.4% dos votos e obteve 10 cadeiras.
Houve 5 vereadores reeleitos: Anésio Carreira, Antenor Sanches, Antônio Facci, Kazumi Taguchi e Midufo Vada. Deve ser considerada, ainda, a volta do vereador José Carlos Rosa, que não compunha a legislatura anterior, mas havia sido titular de uma cadeira de 1964 a 1968.
Outro fato que merece menção é que o experiente vereador Antônio Mário Manicardi havia ficado como suplente, mas assumiu a titularidade da cadeira ao longo da legislatura. Graças ao respeito de que gozava entre seus pares, Manicardi exerceu a presidência da casa no segundo biênio. Como o vice-prefeito Walber Guimarães foi eleito deputado federal em 1974, Manicardi foi prefeito interino durante um mês. O motivo foi a licença do prefeito Silvio Barros, que empreendeu a primeira visita oficial a Kakogawa, a cidade-irmã japonesa.
No primeiro biênio, o presidente da Câmara foi Osório Valter Pietrângelo.
Em 1974, os vereadores Osório Valter Pietrângelo e Antônio Facci foram eleitos para a Assembleia Legislativa.
Em 1976, no término da legislatura, foram candidatos a vice-prefeito os vereadores Antônio Mário Manicardi, José Rodrigues do Nascimento e Edi Eri Froeming.
Em 1972, o campeão de votos foi o advogado Eli Pereira Diniz, que obteve 3995 votos. Isso representava 8.94% dos votos. Para usar um parâmetro, nas condições de hoje, seria uma cifra superior a 25 mil votos.
Em números proporcionais ao eleitorado, Eli Pereira Diniz ainda hoje é o recordista da história da Câmara. Em minha avaliação, esse recorde nunca vai ser ultrapassado, pois combinou duas situações. Primeira, por causa do sistema político, havia um número menor de candidatos e, consecutivamente, maior concentração de votos nos eleitos. Segundo, interagiu com um fato raro e de forte apelo popular.
A extraordinária votação de Eli Pereira Diniz foi alavancada pelo fato de ele ter sido o advogado de defesa do pai de Clodimar Pedrosa, o menino que faleceu em decorrência da violência policial, cujo túmulo, ainda hoje, mais de meio século depois da morte, é o mais visitado do cemitério municipal. Foi um rumoroso julgamento que causou profunda comoção pública e foi concluído com a vitória da tese da defesa exercida por Eli Pereira Diniz.
A propaganda de campanha de Eli Pereira Diniz exibia, justificadamente, esse vínculo e o apoio da família de Clodimar Pedrosa.
Ouça o episódio:
Baixe o livro “Da Arte de Votar e Ser Votado: As Eleições Municipais em Maringá