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02 de outubro de 2024

Aquecimento global: o impacto das mudanças climáticas e a urgência da ação sustentável


Por Luana Ribeiro Publicado 02/10/2024 às 16h41
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Foto: Reprodução/Agência Brasil

O aquecimento global refere-se ao aumento das temperaturas médias da Terra, principalmente causado pela emissão de gases de efeito estufa (GEE) devido à atividade humana, como a queima de combustíveis fósseis. Esse fenômeno resulta em mudanças climáticas significativas, como o derretimento de geleiras, aumento do nível do mar e maior frequência de eventos climáticos extremos.

Desde a Revolução Industrial, as concentrações de GEE aumentaram drasticamente, levando a um aquecimento acelerado que supera oscilações naturais que ocorreram ao longo de milhares de anos. O impacto desse aquecimento é preocupante, pois pode resultar em dificuldades para a biodiversidade e a adaptação de diversas espécies, além de afetar a disponibilidade de água e os padrões climáticos globais.

Segundo Luciana Gatti pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e especialista em carbono “88% dos gases de efeito estufa emitidos nos últimos 10 anos provêm de combustíveis fósseis. Então, podemos dizer que 88% da responsabilidade pelas mudanças climáticas dos últimos 10 anos recai sobre essas fontes” (G1, 2024).

Com isso, em 2024, estamos vivenciando incêndios devastadores que afetaram diversos países da América do Sul, impactando negativamente a biodiversidade, a qualidade do ar e a saúde pública. Além disso, os incêndios alteram o ciclo hidrológico, comprometendo a disponibilidade de água. A destruição da vegetação impede a retenção de água das chuvas e aumenta a evaporação, reduzindo a umidade do ambiente e exacerbando a erosão do solo, o que pode resultar em inundações mais intensas.

As partículas de fumaça e cinzas geram nuvens, mas sua presença excessiva pode prejudicar a eficiência da chuva. Os poluentes decorrentes dos incêndios contaminam corpos d’água, representando riscos à saúde e aos ecossistemas aquáticos. Além disso, a alteração dos fluxos de água pode dificultar o abastecimento em regiões que dependem da neve do inverno. Diante disso, a gestão dos recursos hídricos enfrenta desafios significativos devido aos efeitos dos incêndios.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 2022 já tinha revelado que o Brasil estava enfrentando e continuará tendo um aumento significativo de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e que esses eventos quadruplicaram nos últimos 30 anos. Esses eventos, que incluem tufões, ciclones, deslizamentos e inundações, têm se intensificado devido à mudança climática, resultando em manifestações mais violentas e frequentes.

Os impactos das queimadas no Brasil e das mudanças climáticas são abrangentes e podem levar a problemas como:

Recursos Hídricos:
A seca severa e o aumento dos dias sem chuva reduzem a disponibilidade de água, agravando a crise hídrica, especialmente no Nordeste e Centro-Oeste. Rios como o Madeira na Amazônia estão registrando recordes de baixo volume.

Agricultura e Alimentação: Secas prolongadas comprometem a produção agrícola, aumentando o risco de escassez de alimentos e prejudicando a segurança alimentar.

Qualidade do Ar: A fumaça e os poluentes liberados pelos incêndios florestais deterioram a qualidade do ar, afetando a saúde respiratória da população.

Saúde: Altas temperaturas e a poluição do ar resultante das queimadas elevam os riscos de doenças respiratórias e outras complicações de saúde.

Efeitos Ambientais: A perda de vegetação devido aos incêndios aumenta a erosão do solo, gerando mais escoamento de águas pluviais e potencializando inundações.

Os eventos climáticos extremos também causam danos materiais, humanos e ambientais. O mais recente relatório do IPCC (2023) destaca que o Brasil já vivencia essas transformações, com aumento na frequência e intensidade de desastres climáticos, podemos citar as grandes enchentes no Rio Grande do Sul em maio e a seca e incêndios em agosto e setembro.

Essas mudanças não são exclusivas do Brasil; outros países da América do Sul, como Paraguai e Bolívia, também enfrentam secas e queimadas, enquanto na Europa e na Califórnia, incêndios florestais continuam a causar devastação. O ciclo de extremos climáticos, que alterna entre secas severas e inundações intensas, ilustra a fragilidade dos recursos hídricos e a urgência de ações para mitigar os impactos da mudança climática.
Francyne Elias-Piera, PhD em Ciência e Tecnologia Ambiental pela Universitat Autònoma de Barcelona e especialista em regiões polares, enfatiza a importância da conservação de habitats e da restauração de ecossistemas para aumentar a resiliência das regiões polares. Ela ressalta que “tudo está conectado” e que cuidar do Brasil é também cuidar dessas áreas vulneráveis. Para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, Francyne afirma que é essencial reduzir as emissões de gases de efeito estufa, exigir políticas climáticas ambiciosas, promover a transição para fontes de energia renovável e implementar práticas agrícolas sustentáveis (G1, 2024).

Ao refletirmos sobre o impacto das mudanças climáticas e como eventos como incêndios florestais afetam nosso planeta, é importante lembrar que nossas ações individuais e coletivas têm um papel significativo. Cada um de nós pode contribuir para a conservação do meio ambiente, seja reduzindo o consumo de recursos, apoiando energias renováveis ou se engajando em práticas sustentáveis. O futuro do nosso planeta e das regiões polares depende da nossa capacidade de agir agora. Vamos cuidar do nosso planeta, porque, como vimos, tudo está interconectado.

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