‘Se precisasse eliminar bandido, não pensava duas vezes’: Conheça a história de Miguelzinho’, o policial linha dura de Maringá
Miguel de Oliveira, mais conhecido como “Miguelzinho”, foi um policial civil temido e respeitado. Natural de Catuni (MG), ele se mudou para Maringá em 1983, onde construiu sua reputação como um policial rigoroso, sendo frequentemente chamado de “linha dura” e apontado como “matador de bandidos”. Seu visual, sempre marcado por um cavanhaque e bigode característicos, também se tornou sua assinatura.
Em 1992, por exemplo, Miguelzinho comandou a operação que culminou na morte de quatro assaltantes no pátio do antigo Hotel Berlin, localizado no centro de Maringá.
Na ocasião, a equipe policial chegou à agência do Bamerindus, no bairro “Maringá Velho”, justamente quando os criminosos tentaram fugir. Após uma intensa perseguição, os assaltantes foram mortos no local onde estavam hospedados, conforme registros do projeto Maringá Histórica.
Eliminava bandido se fosse necessário
O deputado e delegado José Aparecido Jacovós explicou ao GMC Online que trabalhou com Miguelzinho por mais de uma década, compartilhando experiências no enfrentamento da criminalidade em Maringá.
“Trabalhei com ele de 1988 a 1994, e logo posso afirmar que, se fosse necessário eliminar um bandido, ele não pensava duas vezes. Mas essa palavra ‘matador’ é para criminosos. Por isso, Miguelzinho sempre agiu dentro da lei, com responsabilidade e ética, buscando sempre fazer justiça”, esclarece Jacovós, destacando a postura profissional e implacável de Miguelzinho diante de situações extremas.
Além disso, Jacovós ressalta que, durante os anos em que trabalharam juntos, resolveram diversos confrontos na cidade. “Trabalhei como escrivão e com ele, como delegado, resolvemos muitos casos juntos – estupros, homicídios, sequestros. Miguelzinho sempre foi um homem de ação, comprometido com a lei, sem perder tempo com conversas com criminosos. Ele sabia o que tinha que ser feito e fazia com precisão”, afirma, lembrando a parceria produtiva entre ambos na resolução de crimes.
Vida na política
Com sua crescente popularidade, Miguelzinho decidiu expandir sua atuação e, em 1996, se lançou na disputa por uma vaga na Câmara Municipal de Maringá. Durante sua campanha, adotou como símbolo uma “estrela de xerife” e foi eleito pelo PDT, com 1.484 votos. Assim, três anos depois, migrou para o PMDB, buscando novos horizontes políticos. Em 1998, tentou uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná, mas, apesar de obter 5.894 votos, não conseguiu se eleger.
Doença e morte
Em 2000, Miguelzinho planejava se candidatar à reeleição para a Câmara Municipal de Maringá, mas faleceu antes da eleição, no dia 7 de abril, aos 50 anos. Quinze dias antes, os médicos diagnosticaram Miguelzinho com câncer no esôfago, e ele estava recebendo tratamento no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba.
O então prefeito Jairo Gianoto transportou o corpo de Miguelzinho de volta para Maringá em seu avião particular, e autoridades, familiares e muitos admiradores o receberam no aeroporto. Ele deixou sua esposa, Elisete da Silva Oliveira, e duas filhas.
Vídeo conta a história de Miguelzinho
Com informações do projeto Maringá Histórica