Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

19 de novembro de 2024

Nova estimativa da Fazenda para IPCA de 2024 beira teto da meta


Por Agência Estado Publicado 19/11/2024 às 07h07
Ouvir: 00:00

Em meio à piora das expectativas no mercado, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção para a inflação em 2024 e em 2025. De acordo com a nova grade de parâmetros divulgada nesta segunda, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para este ano passou de 4,25% para 4,40% – só 0,10 ponto porcentual abaixo do teto da meta. Para 2025, a projeção agora é de 3,6%, ante 3,40% pelo boletim anterior, que havia sido divulgado em setembro.

Também foi revisada a projeção para a variação do PIB no ano, de 3,2% para 3,3%. Segundo Raquel Nadal, subsecretária da pasta, neste caso a estimativa pode subir ainda mais: ela fala em “claro viés de alta” por conta de dados que ficaram disponíveis apenas após o órgão fechar a nova grade de parâmetros. Os números divulgados ontem pela Fazenda podem ser lidos como um termômetro da economia e servem como referência para a elaboração do Orçamento.

Apesar da mexida, a estimativa da Fazenda para o IPCA continua abaixo das projeções dos analistas, que argumentam que um mercado de trabalho ainda aquecido e a manutenção da atual política fiscal, de cunho expansionista, poderiam ampliar a disseminação de reajustes de preços na economia.

Pelo relatório Focus (uma compilação feita pelo Banco Central) também divulgado ontem, a mediana para o IPCA de 2024 subiu pela sétima semana seguida, de 4,62% para 4,64% – portanto, já acima da meta de 4,50%. Há um mês, a projeção era de 4,50%. Considerando apenas as 72 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, essa mediana avançou de 4,63% para 4,67%.

Na Fazenda, a expectativa é de que, a partir deste mês, a inflação anual comece a cair, por conta de fatores como a volta da bandeira tarifária verde para as contas de energia (mais informações na pág. B2).

Ainda pelo Focus, a estimativa mediana para a taxa básica de juros no fim de 2025 subiu de 11,50% para 12%. Agora, ela está acima da estimativa intermediária para o fim de 2024, que se manteve em 11,75% pela sétima semana seguida. Isso sugere que, na visão dos analistas do mercado, o BC não terá espaço para cortar a Selic nos próximos meses.

Em reunião no começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,5 ponto, para 11,25%, e as previsões dos analistas são de nova alta em dezembro. O colegiado disse que os próximos ajustes “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”. Também cobrou compromisso do governo com a adoção de medidas de corte de gastos.

Fazenda prevê recuo da inflação com menor peso de tarifas de energia

No documento divulgado ontem, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda afirma que houve um avanço da inflação entre agosto e outubro por conta de fatores como o peso dos preços dos alimentos no orçamento doméstico. O órgão diz que o período também foi marcado pelo avanço de preços monitorados, no caso das tarifas de energia. “Até o final do ano, deverá haver desaceleração nos preços de monitorados, mas aceleração dos preços livres. Itens com preços mais voláteis, mais afetados pela dinâmica do câmbio e do clima, explicam o aumento na projeção de inflação em 2024. Nesse sentido, vale reforçar que, para a média das cinco principais métricas de núcleo, a previsão de inflação se manteve em 4%”, explicou a secretaria.

A expectativa é de que, a partir deste mês, a inflação acumulada em 12 meses volte a cair. Esse cenário incorpora a adoção da bandeira verde para as tarifas de energia (sem a aplicação de encargos extras para os consumidores), ainda que novos eventos climáticos possam provocar impacto. No caso dos preços de itens como carne bovina, a secretaria aposta em uma perspectiva positiva para a safra de 2025.

O Ministério da Fazenda também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros da pasta, a estimativa para o indicador neste ano passou de 4,10% para 4,40%. Para 2025, a projeção foi de 3,20% para 3,40%.

Campos Neto

Em evento ontem, em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender a adoção de programa de corte de gastos, que daria mais sustentação às contas públicas e poderia ter efeito positivo sobre as expectativas do mercado.

Mas, segundo ele, esse esforço deveria focar apenas a redução de despesas. “O mercado entende hoje que, para ter efeito de choque positivo, tem de ser baseado em corte de gasto, e não em (novas medidas de aumento da) receita”, disse Campos Neto. (COLABOROU CÍCERO COTRIM)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Ibovespa tenta subir com minério, mas cautela geopolítica e fiscal local são riscos


O Ibovespa tenta avançar, impulsionado pela alta de 3,05% do minério de ferro em Dalian, na China. Lá, nesta terça-feira…


O Ibovespa tenta avançar, impulsionado pela alta de 3,05% do minério de ferro em Dalian, na China. Lá, nesta terça-feira…

Economia

Fipe eleva projeção para IPC de novembro, de 0,94% para 1,10%, por carnes


O coordenador do Índice de Preços do Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, elevou a estimativa…


O coordenador do Índice de Preços do Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira, elevou a estimativa…

Economia

Construções de moradias iniciadas nos EUA caem 3,1% em outubro ante setembro


As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 3,1% em outubro ante setembro, ao ritmo anualizado de 1,311 milhão,…


As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 3,1% em outubro ante setembro, ao ritmo anualizado de 1,311 milhão,…