Maringá registra 574 acidentes com escorpiões de janeiro a outubro
Maringá registrou 574 acidentes com escorpiões de janeiro a outubro de 2024. O número é maior do que os ataques com escorpiões registrados em todo o ano de 2023.
Somente no ano passado foram 499 registros. O aumento de escorpiões em ambientes urbanos é um fenômeno nacional. Mesmo em residências onde os moradores adotam os cuidados necessários e até em prédios de apartamentos têm aparecido escorpiões.
Na temporada de calor aumentam os casos, diz o gerente de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Maringá, Eduardo Alcântara Ribeiro.
“Nessa época do ano, por causa do calor, os escorpiões estão mais ativos. Então é mais comum acontecer os acidentes e as pessoas relatarem que encontraram o escorpião. Mas a gente tem que prestar atenção que outras questões podem influenciar a presença dele ou não nas residências, nos imóveis. A época que a gente observa a maior incidência dos casos de acidente publicado de escorpião começa em agosto e vai até maio do ano seguinte. Só que como o clima tem ficado assim com pouco frio durante o ano, praticamente faz calor o ano inteiro, então a gente já não percebe mais aquela queda característica que ocorre nos quatro meses ali do final de outono, inverno. Praticamente tem ficado assim constante durante todo o ano a ocorrência dos acidentes. A presença do escorpião, principalmente em móveis em que a pessoa já tomou as providências de os cuidados que a gente sempre orienta de colocar tela no ralo, tela na janela, aquela borracha na soleira da porta para poder impedir que o escorpião e outros insetos adentrem a casa. Quem já fez tudo isso, não tem rachadura na parede, não tem rachadura no piso e aparece, continua aparecendo, a gente tem que pensar em outras questões. O que a gente tem percebido é que às vezes Aquelas residências que já tomaram todos esses cuidados e ainda aparecem, pode, às vezes, estar relacionado a duas coisas. Ou o uso indevido de produtos químicos. Existe veneno para escorpião? Sim, existe. Mas ele deve ser aplicado por empresas licenciadas para isso, porque tem vários aspectos que tem que ser abordados na questão ambiental. Então, se a pessoa aplica um veneno de barata, por exemplo, o veneno de barata não mata escorpião, mas causa um efeito exalojante. Outros produtos químicos como querosene, criolina, também podem ter um efeito desalojante. Então quando a pessoa passa na sua casa esse produto, o escorpião que está escondido lá num buraco, num lugar bem escondido, ele sai para procurar um lugar onde não tem o veneno, porque ele tem receptores que ajudam a identificar a presença do veneno. E a segunda coisa que a gente tem observado na rotina, muitas vezes, instalações de esgotos irregulares.
Então em imóveis mais antigos, muitas vezes, a gente pode observar a presença de fossa nos quintais, ou uma ligação irregular do esgoto do banheiro ou da área de serviço, indo para a galeria de água de chuva. Então isso acaba causando uma situação em que o escorpião acha um espaço livre para entrar dentro das residências”, explica.