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29 de novembro de 2024

Fechamento Juros: Taxas desaceleram alta com sinais do Congresso sobre fiscal e nomes para BC


Por Agência Estado Publicado 29/11/2024 às 18h46
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Os juros futuros subiram nesta sexta-feira, 29, mas fecharam bem longe das máximas da manhã. A sinalização do Congresso, principalmente vinda do Senado, de que a discussão do aumento da faixa de isenção do imposto de renda não será feita agora, aliviou a pressão da curva. Houve alguma resiliência da ponta curta em reposta ao recado do Banco Central, de compromisso firme em colocar a inflação perto da meta de 3%, mas contrabalançada pela reação positiva à indicação do governo do nome de Nilton David, do Bradesco, para a diretoria de Política Monetária, no fim da tarde.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 encerrou em 13,89%, de 13,84% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 13,94% para 14,04%. O DI para janeiro de 2029 fechou com taxa de 13,80%, de 13,77%. As taxas acumularam prêmios na semana, cerca de 60 pontos com relação à última sexta-feira. Em novembro, porém, saltaram em torno de 80 pontos nos juros longos e 100 nos curtos, resultando em perda de inclinação para a curva.

O mercado amanheceu dando sequência ao mau humor de ontem, com as taxas em escalada e fincando pé na casa dos 14% ao longo de toda a curva, ainda sob o impacto do anúncio do pacote fiscal e do aumento da faixa de isenção de IR.

Diante do ceticismo nas ações do Executivo, o mercado viu uma boia de salvação nas sinalizações dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em defesa do ajuste fiscal, no começo da tarde. Pacheco, em nota, disse que o Congresso apoia as medidas de corte de gastos e que a ampliação da isenção do IR não é pauta para agora e dependerá de condições fiscais para se concretizar. Na rede X, Lira afirmou que “toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa”.

O governo protocolou na Câmara, nesta tarde, o projeto de lei que limita o crescimento real do salário mínimo, mudanças nas regras de concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a obrigatoriedade de cadastro biométrico para concessão, manutenção e renovação de benefícios de seguridade social. Já a proposta sobre mudanças no IR será feita apenas no ano que vem.

As taxas desaceleraram a alta e chegaram a virar pontualmente para baixo no começo da tarde. “O Congresso é que realmente pode reverter essa situação que o Executivo criou”, afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. “O Congresso deve fazer a parte dele no sentido de ratificar tudo que, de fato, corta gastos.”

Assim, para o economista, “basicamente o Executivo passou o problema para o Congresso, e, principalmente, para a autoridade monetária”. Isso explica a manutenção da pressão nos vencimentos curtos, que são mais sensíveis às apostas para a política monetária de curto prazo.

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reiterou hoje a disposição do Copom em perseguir a meta de 3%. Disse que terá liberdade de ação quando assumir, em janeiro, o comando da autarquia e que não se preocupa se receber críticas do governo que o indicou ao cargo.

Igliori, da Nomad, lembra que em duas semanas haverá a última reunião do Copom do ano. “Qualquer sinal, qualquer vírgula fora do lugar no comunicado pode trazer de volta um assunto que tinha saído do radar do mercado, que é a possibilidade da nova composição do Copom ser tolerante com a inflação acima da meta”, diz. Para ele, o Copom terá de acelerar o ritmo de alta da Selic para 75 pontos em decisão unânime e apresentar “um comunicado bem assertivo”, o que poderia trazer os preços dos ativos a um patamar pré-anúncio do pacote.

As apostas de um Copom ainda mais “hawkish” continuaram avançando na curva dos DIs. Para a reunião de dezembro, a precificação subiu de 82 ontem para 88 pontos-base e a de Selic terminal, ontem em 14,75%, está bem perto de 15%, a 14,95%.

Há pouco, saíram as indicações do presidente Lula para as diretorias do Banco Central que ficarão vagas em janeiro. Foram bem recebidas pelo mercado, ajudando a arrefecer a alta dos vencimentos mais curtos. Nilton David, chefe de operações da tesouraria do Bradesco, foi indicado para diretoria de Política Monetária, no lugar de Galípolo, que vai presidir a autarquia a partir de 2025.

O chefe do departamento de regulação do sistema financeiro do BC, Gilneu Vivan, foi escolhido para a diretoria de Regulação, em substituição a Otávio Damaso. A secretária da Controladoria-Geral da União (CGU) Izabela Correa vai para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, hoje ocupada por Carolina Barros.

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