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12 de dezembro de 2024

BC: Projeção de IPCA no 2T26, horizonte relevante da política monetária, sobe de 3,6% a 4,0%


Por Agência Estado Publicado 11/12/2024 às 18h58
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O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação acumulada em quatro trimestres no segundo trimestre de 2026, o horizonte relevante da política monetária, de 3,6% para 4,0%. A estimativa indica que a trajetória de juros embutida no relatório Focus – com alta da Selic a 13,75% no fim do ciclo – não seria suficiente para fazer o IPCA convergir ao centro da meta, de 3%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 12,25% ao ano, depois de ter elevado a taxa em 0,5 ponto em novembro. A alta superou a mediana do mercado, de 0,75 ponto, pela primeira vez desde outubro de 2021.

As medianas do relatório Focus e da mais recente pesquisa Projeções Broadcast indicavam alta de 0,75 ponto porcentual nos juros, para 12%. A curva futura, em contrapartida, embutia 88% de chance de aumento de 1 ponto porcentual na Selic e apenas 12% de chance de aperto de 0,75 ponto.

“O Copom então decidiu realizar um ajuste de maior magnitude, elevando a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 12,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre novembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,75 para R$ 5,95. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,59% para 4,84%) e 2025 (4,03% para 4,59%) e 2026 (3,61% para 4,0%).

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,6% para 4,9%, acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,9% para 4,5%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe alta dos juros a 13,75% no fim do ciclo de aperto, em meados de 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,5% para 5,0%), 2025 (3,8% para 4,5%) e o segundo trimestre de 2026 (3,4% para 3,8%). A projeção para os preços administrados passou de 4,9% para 4,6% este ano, 4,2% para 4,5% no próximo e 4,3% para 4,6% no horizonte relevante.

Juros reais

A elevação de 1 ponto na taxa Selic fez o Brasil subir à segunda colocação no ranking de maiores juros reais elaborado pelo site MoneYou, com 9,48%. O País fica atrás apenas da Turquia (13,33%) e à frente de Rússia (8,91%), Colômbia (6,46%) e México (5,75%). O juro real médio das 40 economias pesquisadas é de 1,63%. O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil – que não estimula, nem deprime a economia – é de 4,75%.

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