16 de março de 2025

Avaliação de que conhecíamos Trump foi completamente equivocada, diz presidente da Anfavea


Por Agência Estado Publicado 14/03/2025 às 14h10
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A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil, manifestou hoje preocupação com as repercussões das medidas tarifárias anunciadas pelo governo americano no desenvolvimento de automóveis. Na apresentação dos resultados do mês passado, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, reconheceu que errou na leitura de que as políticas do presidente Donald Trump eram previsíveis, dado que o republicano já governou o país.

“Sobre as tarifas, elas dizem a respeito do Brasil, e muito. Em algum momento, logo que Trump foi eleito, eu falei ‘o presidente Trump, a gente conhece’. Mas a minha informação estava completamente equivocada”, declarou Leite, acrescentando que o setor tem passado por desafios diários.

Conforme o executivo, as tarifas em mercados da América do Norte podem trazer prejuízos ao desenvolvimento de carros, que é feito de forma conjunta entre os países. “É o momento em que muitas fabricantes estão revendo a sua estratégia”, afirmou Leite, ao responder que as medidas tarifárias de Trump contra vizinhos têm, sim, impactos indiretos no Brasil.

“O desenvolvimento de um veículo é compartilhado com os mercados globais. No momento em que você tem incertezas nesses mercados, isso acaba se traduzindo para o Brasil. A pior palavra para o setor automotivo chama-se incerteza, e o que nós estamos vivendo hoje é incerteza”, complementou.

Sobre a possibilidade de as tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio gerarem um excesso de oferta, levando assim a uma redução de preço que beneficiaria os consumidores brasileiros do produto, como as fábricas de automóveis, Leite disse que não vê vantagens para o setor no médio prazo. A medida, comentou, traz riscos de desligamentos de altos-fornos das siderúrgicas.

“Nós só acreditamos nas montadoras fortes no Brasil se todos os elos da cadeia estiverem fortes Se você desativa um alto-forno, o risco de ele não voltar é enorme. O custo de reativar um alto-forno é quase o mesmo de construir uma planta nova. Você acaba correndo o risco de entregar a nossa capacidade de produção e perder uma grande competitividade”, declarou o presidente da Anfavea.

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