21 de junho de 2025

Para Ineep, Margem Equatorial é estratégica e deve ser explorada sob regime de Partilha


Por Agência Estado Publicado 06/05/2025 às 13h53
Ouvir: 03:10

O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) publicou estudo no qual afirma que a Margem Equatorial brasileira precisa ser considerada área estratégica pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), e sua exploração enquadrada no regime de Partilha. Com isso, a entidade pede que os 65 blocos de águas profundas e ultraprofundas daquela região sejam retirados do 5º Ciclo de Oferta Permanente sob o regime de Concessão, previsto para 17 de junho.

A análise faz parte do primeiro de uma série de estudos que o Ineep pretende publicar este ano, com o objetivo de apontar desafios e sugestões para questões estratégicas nacionais no setor energético.

Segundo o Instituto, é essencial que contratos para exploração e produção de óleo e gás na Margem Equatorial sejam enquadrados no modelo de Partilha, “gerando ganhos efetivos para o desenvolvimento regional, especialmente no Norte e Nordeste, e para o País como um todo”, diz o estudo.

No regime de concessão, já adotado em diferentes contratos vigentes no Brasil, a empresa vencedora do leilão é a proprietária do petróleo e gás produzidos. No modelo de partilha, como ocorre para acordos feitos para o pré-sal da bacia de Santos, o Estado é proprietário de uma parcela da produção.

Para o Ineep, a exploração da Margem Equatorial deve garantir a soberania energética do País e ser articulada a um projeto de desenvolvimento nacional para garantir a segurança energética; a ampliação da oferta interna de energia; o aumento da capacidade de refino; o fortalecimento da indústria nacional; a redução das desigualdades regionais; a ampliação dos investimentos em novas rotas tecnológicas que visem a diversificação energética, a adaptação às mudanças climáticas; e a descarbonização da economia.

“Nesse contexto, os avanços na exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial brasileira não representam retrocessos em relação à transição energética”, diz o estudo, destacando o fato de que estas atividades também representarão uma oportunidade para o Brasil explorar e conhecer as potencialidades dos 360 mil km2 da Margem Equatorial anexados ao território brasileiro, após o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU).

O estudo foi realizado pelos diretores técnicos do Instituto, Ticiana Alvares, mestre em Economia Política Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Mahatma Ramos dos Santos, mestre em Sociologia e Antropologia pela UFRJ; pelo pesquisador Francismar Ferreira, doutor em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); e pela pesquisadora Maria Clara Arouca, mestre em População, Território e Estatísticas Públicas pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE).

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Colômbia celebra aceitação em banco de desenvolvimento do Brics


O governo colombiano comemorou sua aceitação como membro do Novo Banco de Desenvolvimento criado pelo bloco dos Brics, ao qual…


O governo colombiano comemorou sua aceitação como membro do Novo Banco de Desenvolvimento criado pelo bloco dos Brics, ao qual…

Economia

‘Careca do INSS’ pede anulação de relatórios financeiros que embasaram inquéritos sobre fraudes


Os advogados de Antônio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido nacionalmente como “careca do INSS”, apresentaram um pedido à Justiça…


Os advogados de Antônio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido nacionalmente como “careca do INSS”, apresentaram um pedido à Justiça…

Economia

PPSA habilita 10 empresas para leilão de 74,5 mi de barris do pré-sal na próxima semana


A Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) informou ter habilitado dez empresas para participar, individualmente ou em grupo, do 5º Leilão de…


A Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA) informou ter habilitado dez empresas para participar, individualmente ou em grupo, do 5º Leilão de…