Conheça a história do senhor de 78 anos que transforma notas em emoção na Expoingá
Por trás do teclado que embala os passos dos visitantes na 51ª Expoingá está a história de Jovelino José Dias, 78 anos, um músico apaixonado pela arte de tocar. Mais do que um meio de renda, a música é, para ele, uma extensão do coração, uma dádiva divina e uma vocação cultivada há quase cinco décadas.
Morador do Conjunto dos Idosos, em Maringá, Jovelino é uma figura conhecida na feira agropecuária. Ano após ano, desde 1965, ele ocupa seu espaço na feira agropecuária, levando alegria ao público com seus acordes firmes e um jeitinho acolhedor. O teclado que o acompanha foi uma conquista suada. “É meio caro, mas consegui comprar”, contou com orgulho em entrevista ao GMC Online.
“A música para mim é o forte. Não tem nem como explicar o que eu sinto… é algo que vem do coração. É genuíno, é um dom que Deus deu pra mim. A música pra mim é tudo”, disse emocionado o senhor de quase 80 anos.
Apesar da voz rouca, fruto de uma gripe recente, o som não para. Hoje, ele se dedica principalmente ao teclado, mas é versátil: domina o contrabaixo, violão, pandeiro, instrumentos de percussão e até o piano. “Comecei a tocar contrabaixo e violão com 10 anos de idade. O teclado veio em 1965 e nunca mais parei”, lembra.
Na Expoingá, sua presença é símbolo de resistência, talento e esperança. “Todo mundo que passa já grita de longe”, brinca, referindo-se ao carinho do público. Em dias bons, chega a ganhar entre R$ 100 e R$ 200 com apresentações esporádicas. “Tem dia que o cachê cai. Já peguei até de R$ 300”, conta, reforçando que, embora aposentado pelo INSS, a música ajuda a complementar a renda.
Mas é mesmo na simplicidade de seus gestos, no brilho dos olhos ao tocar uma melodia e no respeito que deposita em cada nota, que Jovelino conquista quem passa por ele. No coração da Expoingá, ele não vende apenas música: oferece memória, afeto e a prova viva de que o amor pela arte não envelhece.