Delegado diz que adolescentes apreendidos por homicídios em Maringá são de alta periculosidade: ‘soltos, eles podem matar mais pessoas’

Dois adolescentes, de 15 e 16 anos, envolvidos em dois homicídios e uma tentativa de homicídio registrados em maio, em Maringá, foram apreendidos em uma operação da Polícia Civil. Os menores de idade confessaram os crimes e foram encaminhados ao Centro Socioeducativo (Cense).
“A naturalidade em que eles confessaram o crime é de estarrecer. São de alta periculosidade”, disse Diego Elias de Almeida, delegado do setor de homicídios da Polícia Civil de Maringá. A princípio, a motivação dos crimes teria sido dívidas por drogas.
Os adolescentes foram identificados como autores dos crimes em um trabalho conjunto da Delegacia de Homicídio e Delegacia do Adolescente, da 9ª Subdivisão Policial de Maringá. Um revólver, calibre 38, que a polícia acredita ter sido a arma utilizada nas ações, foi apreendido e encaminhado para perícia. “Soltos eles podem matar mais pessoas, por isso, no meu entendimento, apesar de menores, eles devem ficar recolhidos”, afirma o delegado.
Os crimes
O primeiro crime aconteceu em 11 de maio. A vítima foi Renan de Souza Raspante, de 37 anos, que foi morto na casa onde morava no Conjunto Hermans Moraes de Barros, em Maringá. Conforme as investigações, o alvo dos menores era o irmão de Renan que se escondeu quando a residência foi invadida. A dupla confundiu a vítima com o irmão mais novo e o mataram com vários tiros. O jovem, de 25 anos, alvo dos atiradores, estava com um mandado de prisão em aberto e acabou preso, ao ser encontrado escondido ainda no imóvel.
O segundo caso aconteceu no dia 15 de maio. Um homem foi espancado e baleado no conjunto Ebenézer e acabou morrendo no hospital. A ação foi bastante semelhante ao do primeiro caso, com a invasão da propriedade e ataque a vítima dentro da residência. Jonatas Lima Rodrigues, 25 anos, estava acompanhado de uma mulher. Ele foi brutalmente agredido, mesmo assim ainda tentou fugir, mas foi alcançado e ferido com disparos de arma de fogo em uma das ruas do bairro. Ele chegou a ser internado, mas morreu no hospital.
Por fim, em 23 de maio, um passageiro de carro por aplicativo foi baleado por engano, assim que o carro que ele estava parou em frente à residência de uma pessoa que a dupla procurava para matar no conjunto Cidade Alta, em Maringá. Em depoimento, o menor disse que atirou na vítima ao confundi-la com o desafeto. Neste caso, somente um dos menores confessou a participação. Ele disse ao delegado que agiu junto com um rapaz maior de idade. A vítima foi socorrida em estado grave.
As investigações da Polícia Civil continuam e, a expectativa é de que mais pessoas possam ser detidas. “Ao que tudo indica esses adolescentes fazem parte de uma organização criminosa e estariam agindo dessa forma a mando de um traficante ou pessoas maiores de idade”, afirma o delegado.