05 de julho de 2025

Devemos considerar efeitos combinados de redução do balanço e cortes de juros, diz Mann, do BoE


Por Agência Estado Publicado 02/06/2025 às 15h29
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A integrante do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann, defendeu que as decisões sobre a taxa básica de juros não podem ser tomadas isoladamente da estratégia de redução do balanço (QT, na sigla em inglês). “Devemos considerar as interações entre o aperto quantitativo e as decisões de taxa de juros”, afirmou.

Segundo ela, embora o QT possa provocar aperto nas condições financeiras, isso não significa que cortes de juros possam compensar esse impacto de forma simétrica. “Não é provável que exista uma equivalência simples”, disse Mann, acrescentando que o efeito de cada instrumento ocorre em diferentes pontos da curva de juros. “O QT tende a elevar os juros longos, enquanto as taxas de juros afetam mais os curtos.”

A economista ressaltou que a política do BoE prioriza a taxa básica como principal ferramenta ativa, com o QT operando em segundo plano. Contudo, alertou: “Isso fazia sentido quando ambas atuavam na mesma direção, durante o ciclo de aperto. Agora que estamos reduzindo a restrição monetária, as diferenças nos efeitos sobre a curva de juros se tornam mais relevantes.”

Mann também reiterou que o QT não deve ser visto como “expansão quantitativa (QE, na sigla em inglês) ao contrário”, destacando que “o uso das compras de ativos foi para aliviar as condições em tempos de estresse, enquanto o QT é gradual, previsível e ocorre em momentos de normalidade”. Ainda assim, reconheceu que “a estratégia de QT pode afetar as condições monetárias e financeiras”.

Com uma nova decisão sobre o ritmo de redução do balanço prevista para setembro, Mann antecipou que qualquer aperto causado pelo QT “deve ser incorporado às futuras decisões sobre a taxa básica”, reforçando a necessidade de calibrar os dois instrumentos em conjunto. “Cortes adicionais na taxa para compensar o QT podem ir contra a necessidade de manter a política suficientemente restritiva para lidar com rigidez estrutural no mercado de trabalho e de produtos.”

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