05 de julho de 2025

Incertezas com tarifas exigem cautela e equilíbrio para duplo mandato, diz Schmid, Fed


Por Agência Estado Publicado 05/06/2025 às 14h45
Ouvir: 02:41

As incertezas em torno da política tarifária dos Estados Unidos estão dificultando a definição da trajetória dos juros, afirmou nesta quinta-feira, 5, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Jeffrey Schmid, em discurso preparado para evento. Ele ressaltou que os efeitos potenciais das tarifas sobre os dois pilares do mandato do Fed, a estabilidade de preços e o pleno emprego, são motivo de atenção crescente.

“Grande parte dessa incerteza parece estar relacionada à trajetória e ao potencial impacto das mudanças na política tarifária”, disse Schmid, após relatar conversas com empresários e contatos em sua região. Segundo ele, há uma percepção de que tarifas mais altas tendem a elevar os preços e reduzir atividade e emprego, mas “com menos convicção sobre a magnitude e o momento desses efeitos”.

Apesar de considerar que o Fed está “tão próximo de cumprir seu mandato quanto esteve em muito tempo”, com a inflação em 2,1% em abril, “um nível que considero alinhado com o objetivo de inflação de 2% do Fed”, e o desemprego em 4,2%, Schmid destacou que os efeitos da política monetária têm defasagens e que “as perspectivas para a economia estão atualmente muito incertas”. Para ele, é possível que tarifas pressionem os preços nos próximos meses, mesmo após dados recentes de inflação.

Schmid disse que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) precisará manter uma postura ágil diante do cenário incerto. “Embora as tarifas provavelmente pressionem os preços para cima, a extensão desse aumento não é certa”, advertiu, acrescentando que o impacto sobre crescimento e emprego também é incerto.

O dirigente ainda defendeu um sistema bancário dinâmico para que a economia americana seja “saudável”, com estímulo à criação de novos bancos e fusões mais eficientes, principalmente para preservar o acesso a serviços em regiões rurais. Segundo ele, a abertura de novas instituições é essencial para preencher lacunas deixadas por consolidações no setor, mas esbarra em exigências regulatórias pesadas. Schmid sugeriu que os processos de aprovação para novos bancos e revisões de fusões devem ser revistos para garantir um sistema mais competitivo e inovador.

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