EP coletivo criado durante residência será lançado sábado

Neste sábado (7), às 20h, a produtora Casa Amarela vai lançar um EP colaborativo criado durante uma residência artística promovida pela produtora no início de fevereiro. Oito artistas compuseram seis faixas musicais inéditas de forma coletiva. São canções que transitam pelo rap, R&B, pop, rock e dance – estilos tão distintos quanto são os artistas selecionados para participar do projeto: Vanessa Cruz, Puyol, Majis, Guilherme Freire de Almeida, Leffs, Débora Louize, Adilson Filho e Amana. O lançamento também inclui a exibição do EP visual, composto por seis videoclipes traduzidos em Libras.
As composições surgiram durante uma residência onde todos participaram de encontros sobre expressão corporal e prática de grupo com Victor Lovato; escrita e composição com Mayara Blasi; instrumentos virtuais com Chá di Lirian; e voz e performance com Ariadine Gomes. Essas oficinas contribuíram para fortalecer a conexão entre os artistas e desbloquear novas formas de criação. A equipe de produção musical inicialmente dividiu a equipe em duplas e em trios se intercalando até que surgissem as músicas.

“A ideia da residência surgiu de uma vontade que a gente, como equipe, sempre teve de fazer esse evento de todo mundo compor junto e tudo mais, mas de uma maneira em que a gente conseguisse trazer um produto com isso. Essa vivência de gravar e produzir em uma chácara é uma coisa que existe faz muito tempo. A gente tem muitos documentários de outros grupos, bandas fazendo isso. E a gente viu a necessidade aqui em Maringá, principalmente, de tentar retomar essas pessoas para essa maneira orgânica de se compor. Uma tocando, a outra sugerindo uma coisa e aí muda na hora e tudo mais”, diz Nicholas Emmanuel, produtor musical da residência.
Todos os participantes já trabalhavam com arte de maneira independente e se dispuseram a ficar em uma chácara, por uma semana, totalmente focados no trabalho de composição. Mas era preciso atender a uma série de critérios. “A seleção dos residentes foi feita a partir de um método que a gente propôs já na inscrição do projeto. A gente separou categorias que a gente acredita ser relevante para o projeto, para além disso também levando em consideração características sociais das pessoas, porque é uma coisa que a gente conta e a equipe preza muito. E a gente pontuou as pessoas baseado nos currículos que elas tinham e no material que elas mandaram pra gente na hora da inscrição. A gente não queria pegar nenhum artista já consolidado, já grande”, explica o produtor.
Todos os participantes passaram por todas as músicas e não necessariamente quem escreveu cantou a própria letra. Ideias e rabiscos foram transformados em canções prontas. “Para mim, foi uma experiência muito enriquecedora, porque por meio dessa experiência, da troca e das oficinas, enfim, essa experiência muito colaborativa, eu sinto que eu consegui chegar em lugares da minha composição que talvez eu não tivesse chegado antes dessa forma, não tão rápido. E de alguma maneira me prova que dá pra fazer coisas muito legais. Espero que as pessoas aceitem bem as músicas que foram produzidas com essa galera pesada durante esses sete dias e que atravesse muita gente por aí, porque realmente foi feito com muito coração, muita entrega e é um resumo, assim, de certa maneira do que atravessou todo mundo que estava lá durante esses dias”, diz Leffs, uma das artistas participantes do projeto.

“A gente tá bem ansioso para o lançamento, porque foi muito intenso. A gente virou uma grande matilha, né? A gente cria vínculos. E porque é isso, quando a gente compõe, a gente fala da nossa vivência também, da nossa profundidade. A gente partilhou muito sobre as histórias uns dos outros. A gente falou sobre os trabalhos uns dos outros, a vida uns dos outros, a gente se conheceu, a gente se aprofundou. Então, o que sai desse EP é vínculo, é o coletivo, é uma grande verdade de nós mesmos. E quando a gente ouve o EP, é isso que a gente sente. Não é música de fulano, ciclano e beltrano, você percebe o coletivo, você percebe que os residentes todos andaram em todas as músicas. A gente espera que vocês gostem. Foi um processo de grande crescimento para nós também, de compreender a arte do outro. A gente trouxe para eles saírem da caixinha. Foi um trabalho bem minucioso. Nós tivemos muito carinho, muita atenção. Esse EP é nosso, para que todos se sintam pertencentes, para a arte, para a cultura”, diz a diretora musical, Ariadine Gomes.
Serviço
Lançamento do EP coletivo da Residência Casa Amarela
Quando: 07/06 (sábado) às 20h
Onde: Casa Amarela (Rua Maria Thereza Bergamasco, 457)
Evento com Intérprete de Libras
Entrada gratuita
