Inteligente, curiosa e estratégica: conheça a gralha-picaça, mascote do Parque do Ingá
A gralha-picaça, espécie nativa do Paraná e recém-eleita mascote oficial do Parque do Ingá, em Maringá, é uma das aves mais inteligentes e curiosas da fauna brasileira. Além de sua adaptabilidade, ela desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico local.
Frequentadores do parque já estão familiarizados com a presença da ave, vista no local desde sua inauguração. “Ela já é super adaptada ao ambiente urbanizado, convive bem com outras espécies e também com as pessoas. Ela chega bem perto da gente, não se assusta com facilidade”, afirma a bióloga Nadia Pereira Rodrigues, diretora de biodiversidade do Instituto Ambiental de Maringá (IAM).

Além da beleza, o comportamento da gralha chama atenção. “Ela é uma ave estrategista. Quando encontra alimento, muitas vezes guarda pra comer depois. Isso faz com que consiga sobreviver bem o ano todo, inclusive em períodos mais escassos”, explica Nadia.
Outro destaque é a habilidade vocal da espécie. A gralha-picaça é capaz de imitar o som de outras aves e até de anfíbios, como forma de confundir predadores ou mesmo outras aves. “Ela pode imitar o som de aves de rapina, por exemplo. É um mecanismo de defesa. Quem conhece o canto dela reconhece, mas ela muda o vocal dependendo da situação”, conta a bióloga.

Recentemente, a gralha-picaça passou a ser trabalhada como símbolo oficial do Parque do Ingá, a pedido da atual gestão municipal. O nome que caiu no gosto popular? Celeste, por causa do tom azul de suas penas. “Foi uma sugestão espontânea do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que estava visitando o parque e viu a identidade visual. Ele olhou e disse: ‘É Celeste!’. E pegou”, lembra Nadia.
Quem quiser ver a gralha ao vivo tem boas chances. “Nos dias de sol, é possível observar ela com frequência. Eu diria que tem de 85% a 95% de chance de encontrar uma no parque”, diz a bióloga.