26 de julho de 2025

Greve do transporte coletivo segue sem acordo em Maringá e Prefeitura aguarda posicionamento da Justiça


Por Thiago Danezi, com Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 10/07/2025 às 17h50
Ouvir: 04:54

O prefeito de Maringá, Silvio Barros, declarou nesta quinta-feira, 10, que a paralisação dos motoristas do transporte coletivo urbano agora está nas mãos da Justiça do Trabalho. A afirmação foi feita em entrevista coletiva convocada para explicar a posição do município após a audiência de mediação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com representantes da empresa Transporte Coletivo Cidade Canção (TCCC), do sindicato da categoria (Sinttromar) e da administração municipal.

Barros afirmou que o município fez todos os esforços possíveis para atender parte das reivindicações da categoria, incluindo reajuste salarial 2,5% acima da inflação, aumento no vale-refeição e compromisso com a implantação de um plano de saúde para os motoristas, previsto para ser incluído no orçamento a partir do próximo dissídio, em junho de 2026. A possibilidade de antecipação do plano para maio também foi aceita, caso haja viabilidade financeira.

WhatsApp Image 2025-07-10 at 17.44.34
Foto: Rafael Macri | PMM

“Eu pedi um voto de confiança, me comprometi com o que é possível assumir com responsabilidade e pedi 60 dias para calcular o impacto da redução da intra-jornada. Mas o sindicato recusou qualquer tentativa de negociação. A intransigência foi total”, afirmou o prefeito.

LEIA TAMBÉM: Motociclista cai após se assustar com cachorro, em Sarandi; vídeo

Segundo Barros, a Prefeitura já subsidia o sistema de transporte com mais de R$ 50 milhões por ano, e qualquer novo custo terá de sair do orçamento público. “O que os motoristas estão pedindo é dinheiro da população maringaense. Antes de concordar com isso, eu preciso saber quanto custa e validar com a comunidade”, disse.

Ele também destacou que o sistema de transporte é utilizado por cerca de 85 mil pessoas, enquanto os recursos públicos saem dos impostos de mais de 400 mil habitantes. “Não tomaremos decisões na base da pressão ou da faca no pescoço”, reforçou.

Com o impasse, a TCCC protocolou pedido judicial para que o sindicato seja obrigado a garantir a circulação da frota mínima, conforme determina a lei em casos de greve em serviços essenciais. A decisão da Justiça é aguardada ainda para esta quinta-feira.

“Se a Justiça determinar que o dinheiro público deve ser usado para atender a categoria, vamos cumprir. Mas essa é uma responsabilidade muito grande e precisa ser feita com base em números e diálogo com a sociedade”, afirmou o prefeito.

As empresas TCCC e Cidade Verde também se manifestaram sobre a audiência. Em nota enviada ao GMC Online, afirmaram que apresentaram propostas razoáveis durante a mediação no TRT, com a participação dos poderes públicos municipal e estadual. No entanto, segundo elas, o sindicato se recusou a defender as propostas junto à categoria, inviabilizando qualquer avanço nas negociações.

“A greve, nas condições levadas pelo sindicato, se materializa apenas como ação contrária à continuidade do serviço público e aos interesses de milhares de usuários do transporte público essencial à sociedade maringaense”, diz a nota.

Barros também informou que a Secretaria de Mobilidade Urbana, a Procuradoria do Município e a Agência Maringaense de Regulação (AMR) estão mobilizadas para mitigar os impactos da greve e garantir a segurança dos usuários, inclusive fiscalizando transportes alternativos e clandestinos.

Em nota enviada ao GMC Online, o Sinttromar informa que, após um dia inteiro de paralisação com adesão total dos trabalhadores, a categoria decidiu, no fim da tarde desta quinta-feira, 10, pela continuidade da greve do transporte coletivo em Maringá.

A decisão foi tomada por unanimidade após nova audiência de mediação promovida pela Justiça do Trabalho, com a participação do sindicato, das empresas TCCC e Cidade Verde e da Prefeitura Municipal.

Durante a reunião, não houve qualquer avanço nas negociações ou apresentação de nova contraproposta por parte das empresas, o que levou os trabalhadores a manterem o movimento paredista.

Reforçamos que a categoria permanece aberta ao diálogo e aguarda uma posição concreta das empresas que contemple as reivindicações dos trabalhadores.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação