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14 de dezembro de 2025

Jornalismo de Maringá lamenta a perda de Jary Mércio, referência no jornalismo cultural


Por Thiago Danezi Publicado 16/08/2025 às 09h36
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Maringá perdeu nesta sexta-feira, 15, importante voz do jornalismo cultural e da comunicação: Jary Mércio Almeida Paiva, de 70 anos, que faleceu em decorrência de um câncer. O corpo será sepultado neste sábado, 16, às 16h, no Cemitério Vertical Angelus, em Maringá, cidade onde ele construiu parte significativa de sua trajetória profissional e onde vive parte da família.

Jary foi um dos pioneiros da primeira turma de Jornalismo da TV Cultura de Maringá (atual RPC) há cerca de 50 anos. Durante mais de uma década, foi editor do Caderno de Cultura do jornal O Diário do Norte do Paraná, onde influenciou gerações de jornalistas e marcou a cena cultural local com sua paixão por música, cinema e teatro.

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Foto: Leandro Ferreira/Hora Campinas

Wilame Prado, jornalista maringaense e um dos profissionais que teve sua carreira impulsionada por Jary, prestou uma homenagem nas redes sociais:

“Jary foi o primeiro profissional do jornalismo e das Artes a acreditar no meu texto. Ele ensinou sobre postura e ética, trabalhou por anos o meu texto até eu aprender melhor vírgulas, aspas, conjugações e, principalmente, as sacadas criativas para títulos, linha-finas e lides.”

Wilame destacou que em 2008, ainda acadêmico de Comunicação Social, teve a oportunidade de ser cronista em um dos maiores jornais impressos do Paraná, ‘O Diário’, graças à confiança e incentivo de Jary.

Outro jornalista que compartilhou a redação com Jary foi Diniz Neto, que também destacou sua admiração:

“Jary era focado no seu trabalho, amava cultura. Marcou época como editor no ‘O Diário’. Sempre foi muito receptivo comigo e com os colegas. Era presença positiva na redação.”

O jornalista e mestre em Literatura Alexandre Gaioto, também ex-colega de Jary no O Diário, relembrou com afeto a convivência e a genialidade do editor:

“Jary Mércio era um gênio. Tinha ideias fabulosas sobre romances e novelas que ele gostaria de escrever. Lembro-me que, no Diário, ele estava escrevendo ‘O Diabo no Microondas da Quitinete’, romance à base de uma ideia extremamente original, divertida e provocante.”

Gaioto ainda compartilhou uma lembrança afetiva:

“Devo a Jary, entre outras coisas, a honra de ter mediado, ainda que por breves instantes, o grande João Gilberto Noll. Bem no meio da mediação de um evento do Sesc, Jary teve de ir ao banheiro e, do nada, debandou da mesa-redonda que ele mesmo mediava. Convocou-me, de improviso, para assumir o lugar dele. Ainda hoje acho que ele fez isso de propósito, só para me dar o prazer de trocar um dedo de prosa com o Noll.”

Nascido em São José do Rio Preto, Jary trouxe para Maringá uma bagagem sólida, que mesclava experiência no jornalismo e até uma breve passagem pelo cinema, tendo atuado no filme “A Hora dos Ruminantes”. Além do jornalismo, Jary também foi escritor, autor do livro “Ninguém Sente Muito”.

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