Psicologia do ranço: por que sentimos antipatia por alguém sem motivo?
Quem nunca disse a frase “não fui com a cara dele” ou “o santo não bateu”? Essa sensação de antipatia imediata, muitas vezes chamada de “ranço”, surge mesmo sem convivência anterior ou um motivo claro. Isso ocorre porque o cérebro está o tempo todo fazendo julgamentos rápidos: em segundos avalia expressões faciais, tom de voz e postura para decidir se alguém transmite confiança ou não.
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O sociólogo Tony Gigliotti Bezerra, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), destaca que essa antipatia imediata pode refletir estigmas sociais. “Alguns grupos são historicamente estigmatizados, como mulheres, pessoas negras, LGBTs ou pessoas com deficiência. Muitas vezes, a antipatia imediata está ligada a preconceitos enraizados, como racismo e machismo”, explica.
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Ele lembra que esses estereótipos são transmitidos de geração em geração, inclusive em ditados populares com conteúdo discriminatório. “Se as pessoas podem ser ensinadas a odiar, também podem ser ensinadas a amar”, cita, reforçando que a desconstrução de preconceitos depende de educação inclusiva.
Além disso, Tony ressalta que normas sociais e a pressão de grupo podem reforçar esse comportamento. “No ambiente policial, por exemplo, existe um racismo institucional que aumenta a chance de pessoas negras sofrerem abordagens violentas. Já em contextos machistas, piadas preconceituosas funcionam como mecanismos de coesão social, aproximando uns e afastando outros”.
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