Já provou bacon no doce? Sobremesas de Maringá surpreendem
Neste domingo, dia 31 de agosto, é Dia do Bacon e, quando se fala nesse ingrediente, a primeira imagem que vem à cabeça é a do hambúrguer suculento, da pizza generosa ou de um bom cachorrão. Mas em Maringá ele atravessou a fronteira do salgado e encontrou espaço também no doce — para provar que pode ser ainda mais surpreendente quando sai do óbvio.
Foi em setembro de 2020, no meio da pandemia, que a Giadore decidiu ousar. A sorveteria, conhecida pelos sabores diferentes, precisava de uma novidade que chamasse a atenção no momento em que as portas começavam a reabrir. A ideia nasceu em casa: sorvete de creme com bacon caramelizado. O sabor surpreendeu e logo virou picolé.
“Os clientes não acreditavam. Muita gente vinha de outras cidades só para conferir se era verdade mesmo que tínhamos um picolé de bacon”, lembra Michel Hajj, mestre sorveteiro da Giadore. O impacto foi imediato: além de atrair novos públicos, transformou o jeito de trabalhar da sorveteria, que passou a criar semanalmente sabores inusitados, mas manteve o bacon como fixo no cardápio — hoje ele já é visto como um clássico, não mais uma excentricidade.
Na mesma lógica de provocar espanto — e conquistar paladares —, a Mr. Jack Hamburgueria trouxe para a cidade o milkshake de bacon. A inspiração veio de São Paulo, em uma visita ao Big Kahuna, considerada a casa do bacon no Brasil. Ali, Vinícius Gueris e sua equipe provaram a sobremesa que unia creme americano, caramelo e farofa de bacon. Resolveram trazer a ousadia para Maringá.
“É uma experiência única: cada gole é diferente, porque mistura o doce do creme, o salgado do bacon e o toque do caramelo. Alguns amam, outros estranham, mas ninguém passa indiferente”, explica Vinícius. Hoje, o milkshake é um dos campeões de vendas da casa — um choque de contrastes que virou assinatura.
No Área 51, a receita da geleia de bacon nasceu antes mesmo da hamburgueria existir: era um preparo da avó do marido de Maria Eduarda Ficher Cruz, sócia da casa, e guardava um valor afetivo muito antes da ideia do negócio tomar forma. Quando decidiram abrir a hamburgueria, a geleia parecia a escolha natural para dar identidade a um sanduíche autoral. Foi assim que surgiu o Nave Mãe, com cebola caramelizada, muito queijo e a geleia da avó.
“O Nave Mãe é nosso lanche mais vendido há mais de quatro anos. Ele fez parte da nossa história”, conta Maria Eduarda. O sucesso foi tanto que a geleia ganhou vida própria: passou a ser vendida em potinhos e até inspirou novas criações em festivais gastronômicos. O que começou como uma lembrança de família hoje é marca registrada do cardápio.
E se ainda faltava um final doce para essa história, o Pururuca Porco Bar tratou de entregar uma sobremesa que une intensidade e delicadeza. O mini brownie de chocolate na taça, servido com geleia de frutas vermelhas e crispy de bacon, equilibra o doce, a acidez e o defumado em uma combinação surpreendente.
“A carne de porco é a protagonista do Pururuca — e é saudável. Como a base da casa é o porco, nada melhor do que um doce com bacon para dar o sabor”, explica Débora Kemmer, sócia do Pururuca Porco Bar e do Boteco do Neco.
De picolé a milkshake, da geleia de família ao brownie sofisticado, o bacon conquistou seu lugar nas sobremesas maringaenses. Um ingrediente que parecia restrito ao salgado, mas que encontrou novos caminhos quando a cidade resolveu ousar. Porque, no fim das contas, bacon é vida — até no doce.