2.300 empresas e faturamento bilionário: como Maringá se tornou referência em TI no Brasil
Com mais de 2.300 empresas ativas no setor e faturamento de R$ 1 bilhão, Maringá se destaca no mapa nacional da Tecnologia da Informação (TI). A cidade conta com ativos sólidos que demonstram tradição de excelência e geram inúmeras oportunidades para empresas e profissionais da área.

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Robinson Patroni, presidente da Câmara Técnica de Tecnologia e Inovação (CTTI) do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), destaca a estrutura do município, que, segundo ele, é de dar inveja a qualquer hub tecnológico.
“O cenário de TI em Maringá é absolutamente impressionante. São centenas de empresas que refletem não só a solidez e a diversificação do setor, mas também nossa cultura empresarial, marcada pelo profissionalismo e pelo investimento em capacitação e inovação. Além disso, o associativismo, que faz parte da cultura da cidade, também se manifesta entre as empresas de TI de forma bastante significativa”, afirma.
De acordo com ele, atualmente, um trainee inicia a carreira recebendo em torno de R$ 2 mil, mas a média salarial geral do setor ultrapassa os R$ 4 mil. Já os profissionais mais experientes conseguem alcançar remunerações superiores a R$ 8 mil, o que coloca a área entre as mais atrativas do mercado.
Diferenciais de Maringá no setor de TI
Parque Tecnológico
Dedicado exclusivamente a empresas do setor, o Parque Tecnológico de Maringá possui uma estrutura moderna e completa de quase 170 mil m², estrategicamente localizada próxima ao Parque do Japão.
Na primeira etapa, foram disponibilizados 12 lotes. Destes, dois já contam com empresas em operação, quatro estão em construção em fase avançada e dois prestes a iniciar as obras.
O município investiu R$ 1,7 milhão em infraestrutura urbana, incluindo pavimentação asfáltica, malha viária e galerias pluviais. “O Parque representa não apenas um espaço físico, mas um verdadeiro ecossistema de inovação que conecta Maringá ao futuro da tecnologia”, afirma Patroni.
Associação consolidada
A Software by Maringá (SBM) foi fundada em 2008 e, desde então, demonstra como a cooperação entre empresas fortalece o setor. As associadas compartilham conhecimentos, recursos e oportunidades de forma colaborativa, criando um ambiente em que todos crescem juntos. “Essa sinergia é o que nos permite competir de igual para igual com grandes centros tecnológicos do país”, explica.
Câmara Técnica
Ligada ao Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), a Câmara Técnica de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) dedica-se a pensar o futuro de forma estratégica. Sua missão é impulsionar a transformação digital em Maringá, promovendo inovação, conectividade e soluções inteligentes para o desenvolvimento da cidade.
Entre as iniciativas, estão um plano para tornar Maringá uma referência em cidade inteligente, ações para ampliação da infraestrutura de conectividade, além de apoio a startups, hackathons, eventos de tecnologia e parcerias com instituições de ensino e pesquisa para fortalecer o ecossistema de inovação local.
Empresas que mais crescem nas Américas
Entre os destaques de Maringá está ainda o fato de que cinco empresas de TI da cidade integram o ranking do Financial Times, que lista as empresas que mais crescem nas Américas. “Isso é extraordinário”, afirma Patroni.
Qualificação profissional e oportunidades
Segundo Patroni, a qualificação profissional teve avanços significativos nos últimos anos e continua sendo uma prioridade estratégica do setor. “A parceria entre a SBM, universidades locais como a UEM e a Unicesumar, a Maringatech (uma das incubadoras mais relevantes do país) e a Amtech (Agência Maringá de Tecnologia) Secretaria da Prefeitura Maringá, tem gerado resultados excepcionais”, afirma.
De acordo com ele, o desafio agora é escalar essa qualificação para atender à demanda crescente, especialmente com a chegada do primeiro data center da América Latina dedicado exclusivamente à Inteligência Artificial, um investimento de R$ 6 bilhões de uma empresa norte-americana, que vai gerar muitos empregos diretos de alta qualificação e remuneração.
“Este é o momento perfeito para entrar na área de TI, já que precisamos formar mais profissionais qualificados para sustentar esse crescimento acelerado”, conclui.
Nardênio Almeida Martins, coordenador do curso de Ciência da Computação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), vê o reflexo do potencial do setor de TI na academia, já que a procura por cursos na área tem crescido ano após ano.
“A área oferece um amplo leque de possibilidades de atuação, desde desenvolvimento de software e análise de dados até inteligência artificial e segurança da informação e o mercado de trabalho reconhece a importância da formação, com empresas buscando cada vez mais profissionais com expertise para impulsionar seus negócios”, afirma.
