3I/ATLAS: Cometa interestelar emite sinais misteriosos de rádio e intriga cientistas

Um visitante cósmico está intrigando a comunidade científica mundial. O cometa 3I/ATLAS, um objeto interestelar detectado em julho de 2025, acaba de emitir os primeiros sinais de rádio já registrados de um corpo celeste vindo de fora do Sistema Solar — um marco histórico para a astronomia moderna.
- Entre no canal do GMC Online no Instagram
- Acompanhe o GMC Online no Instagram
- Clique aqui e receba as nossas notícias pelo WhatsApp.
Os sinais foram captados pelo radiotelescópio MeerKAT, localizado na África do Sul, e revelaram linhas de absorção de radicais de hidroxila, moléculas formadas durante a sublimação do gelo presente no cometa. As frequências detectadas — 1,665 GHz e 1,667 GHz — confirmam a presença desse material, indicando que o 3I/ATLAS tem uma composição química semelhante à dos cometas gelados do nosso próprio sistema, mas com origem em um ponto completamente diferente da galáxia.
Um som vindo de outro sistema estelar
Essa é a primeira vez que cientistas conseguem “ouvir” um cometa interestelar, e o feito só foi possível graças à técnica da radioastronomia — que capta ondas de rádio emitidas naturalmente por astros, planetas e cometas. Essas ondas funcionam como uma espécie de “impressão digital cósmica”, permitindo identificar quais elementos compõem o corpo celeste sem precisar enviar uma sonda até ele.
Os astrônomos já haviam tentado captar sinais entre os dias 20 e 28 de setembro, sem sucesso. Mas agora, os novos dados coincidem exatamente com o que os pesquisadores esperavam encontrar, confirmando a presença de gelo e revelando pistas sobre a origem gelada do cometa, possivelmente em uma região distante e fria da Via Láctea.
Um viajante milenar pelo espaço
Descoberto pelo telescópio ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert Survey System), instalado em Río Hurtado, no Chile, o 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar já detectado na história. Ele recebeu essa classificação por ter uma trajetória hiperbólica, ou seja, não está preso à gravidade do Sol e segue uma rota aberta pelo espaço — um verdadeiro viajante interestelar.
Segundo estimativas da Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), o cometa se formou em outro sistema estelar e viajou por milhões de anos pelo espaço até alcançar o Sistema Solar. À medida que se aproximou do Sol, parte do gelo em seu núcleo sublimou — transformando-se diretamente em gás — e o cometa passou a exibir tons azulados, um espetáculo que chamou a atenção dos observadores ao redor do mundo.
O que vem a seguir
Os cientistas já planejam novas observações. Em março de 2026, o cometa passará a cerca de 50 milhões de quilômetros de Júpiter, oferecendo uma nova oportunidade para captar sinais e decifrar ainda mais sobre sua composição e trajetória.
Cada novo dado sobre o 3I/ATLAS ajuda a desvendar mistérios sobre a formação de outros sistemas estelares e até mesmo sobre as origens dos elementos presentes na Terra.
Um marco para a astronomia moderna
A detecção dos sinais de rádio do 3I/ATLAS representa um avanço sem precedentes. Pela primeira vez, conseguimos “ouvir” um cometa vindo das profundezas do espaço interestelar, uma conquista que promete abrir novas janelas para a compreensão da nossa galáxia — e dos mundos além dela.
Com informações do CNN
