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04 de dezembro de 2025

Relação do Agronegócio com produtividade


Por Bruna de Oliveira e Sônia Ramos Publicado 14/11/2025 às 16h19
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O agronegócio brasileiro tem se consolidado como um dos principais motores da economia nacional, impulsionado pela adoção de tecnologias e práticas inovadoras que elevam a produtividade e promovem a sustentabilidade no campo. A busca por eficiência e pela redução de impactos ambientais tornou a inovação essencial para garantir a competitividade e a viabilidade do setor a longo prazo.

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Foto: Unsplash

Entre 1975 e 2023, a área plantada no Brasil cresceu cerca de 85%, enquanto a produção de grãos aumentou 471%. Esse avanço tecnológico demonstra que é possível produzir mais em menos espaço, reforçando o papel estratégico do país como um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

A Modernização e a Tecnologia Digital

A modernização do campo se manifesta em diversas frentes. A automação de tarefas, o uso de maquinários inteligentes e o emprego de softwares de gestão, permitem maior precisão e agilidade nas operações agrícolas. 84% dos produtores rurais brasileiros utilizam algum tipo de tecnologia digital em suas propriedades, segundo pesquisa da Embrapa, Sebrae e Inpe. Esses recursos permitem o monitoramento de dados em tempo real, o controle de estoques, o mapeamento de lavouras e a tomada de decisões mais assertivas. 

O uso de smart machines, as máquinas inteligentes, têm reduzido o desperdício de insumos e a necessidade de mão de obra, enquanto os drones se tornaram aliados importantes na análise de lavouras, identificação de pragas e aplicação precisa de defensivos agrícolas. Paralelamente, as agtechs, startups voltadas para o agronegócio, têm contribuído significativamente para a gestão, comercialização e sustentabilidade das produções, criando soluções que conectam o campo ao mercado e aumentam a rentabilidade dos produtores.

Apoio e Destaque Regional

Esse movimento de inovação é apoiado por políticas públicas, como o Programa Nacional de Inovação Aberta na Agropecuária (Mapa Conecta), criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para estimular a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a integração entre produtores, startups e instituições de pesquisa. O programa busca fortalecer os ecossistemas estaduais de inovação e consolidar o agronegócio brasileiro como referência mundial em produtividade e sustentabilidade.

No cenário estadual, o Paraná se destaca como um dos principais polos de inovação agropecuária do país. O estado abriga um ecossistema robusto de startups e hubs de tecnologia que impulsionam a modernização do campo e geram empregos qualificados. 

Entre os exemplos mais expressivos estão a Driva Agro, a Agredu e a Olho do Dono. Iniciativas como o Paraná Anjo Inovador, o Cocriagro e o Agro Valley Londrina fortalecem o ecossistema de inovação rural, conectando universidades, empresas e produtores em uma rede colaborativa que promove eficiência, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. No primeiro semestre de 2025 o Paraná teve um crescimento de 3,8% acima da média nacional e o responsável por isso foi o agronegócio.

Em Maringá, o agronegócio também se consolida como um elo entre tecnologia, conhecimento e produtividade. A cidade se destaca pela realização da Expoingá, uma das maiores feiras agropecuárias do país, que conecta produtores, pesquisadores e empreendedores, promovendo negócios sustentáveis e evidenciando a força do setor na economia regional. Além disso, o Núcleo de Tecnologia Agropecuária (NTA) da UniCesumar representa um importante centro de inovação e pesquisa, reunindo empresas e acadêmicos em torno de projetos voltados à biotecnologia e ao aumento da produtividade de rebanhos e lavouras. O NTA atua como um verdadeiro laboratório de práticas modernas, aproximando ciência, educação e produção.

O agronegócio é o motor estratégico da economia de Maringá e região, impulsionando a agroindústria, serviços financeiros e cooperativas, e alcançando um impacto evidenciado pela movimentação de cerca de R$ 1 bilhão em negócios na Expoingá 2024. A inovação é a base dessa relevância, tornando Maringá a segunda maior exportadora do Paraná em 2022, com 95% dos US$ 2,97 bilhões em exportações provenientes do agro, principalmente da soja. O setor regional é vasto, abrangendo oito cadeias-chave (incluindo alimentos, defensivos e biocombustíveis), e com a Região Geográfica Imediata somando.

Em 2024, Maringá demonstrou ser um segmento altamente eficiente no agronegócio paranaense, apresentando uma Taxa de Colheita de 100% de seus 152.017 hectares de lavouras temporárias, com perdas mínimas, o que se destaca frente ao desempenho do Noroeste Paranaense e do Paraná como um todo. Embora a participação em área plantada de Maringá seja de 1,35% do total do estado (e o Noroeste de 7,99%), seu valor de produção (R$ 7 bilhões) representa 1,03% do valor total do Paraná, indicando que, proporcionalmente à área, a região tem um valor de produção ligeiramente abaixo da média estadual, sugerindo que o rendimento médio (produtividade) pode ser um fator crucial a ser analisado para entender a relação completa entre agronegócio e inovação.

A relação entre inovação e produtividade no agronegócio vai além da mecanização do campo. É um movimento integrado que une tecnologia, conhecimento e sustentabilidade. No Brasil, no Paraná e, especialmente, em Maringá, a modernização do setor demonstra que o futuro do agro é cada vez mais digital, conectado e responsável, reafirmando seu papel essencial no desenvolvimento econômico e social do país.

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