Em Maringá, Gleisi Hoffmann lança nomes do PT, fala sobre IR e comenta situação no Congresso
Cerca de 600 pessoas participaram, neste sábado, 29, de uma espécie de pré-lançamento da candidatura do vereador Mário Verri (PT), de Maringá, a deputado estadual. A ministra de Relações Institucionais do Governo Lula, Gleisi Hoffmann, referendou a candidatura e anunciou que o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, será o candidato do PT ao Senado, e que ela vai concorrer a uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Mário Verri está no seu sexto mandato de vereador e disse que escolheu fazer o evento em Iguatemi porque “o PT sempre ganha no distrito”. Ele tende a se licenciar da Câmara Municipal para se dedicar a campanha eleitoral. Caso isso ocorra de fato, quem deve assumiu a cadeira é o ex-vereador Carlos Mariucci.
A ministra do governo Lula também informou que “o PT do Paraná está conversando com o deputado estadual Requião Filho (PDT), que já manifestou a intenção de ser candidato a governador”. O objetivo, segundo Gleisi Hoffmann, é construir uma frente partidária incluindo outros partidos de esquerda. Após os discursos, no Salão da Paróquia Santa Rosa de Lima de Iguatemi, foi servido um churrasco aos presentes.

Isenção de IR e devedores contumazes
Em entrevista coletiva de imprensa, a ministra disse que a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês “vai beneficiar 90% dos trabalhadores e aumentar, de 2,5% para até 10%, o imposto de apenas 141 mil brasileiros, que ganham mais de R$ 800 mil por ano”. Ela classificou a isenção do IR, publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 27, como “o projeto mais importante deste terceiro mandato do presidente Lula”.
“Por falar em imposto, ministra, o Senado aprovou um projeto de lei que estabelece regras mais rigorosas para os devedores contumazes, mas a matéria está parada na Câmara, o que beneficia, por exemplo, a Refit, um refinaria de combustíveis que deve R$ 26 bilhões para Estados e União. Como será resolvida essa situação?”, questionou o GMC Online durante a entrevista. Ela respondeu que essa semana o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos), nomeou como relator um deputado de São Paulo.
A ministra não disse, mas o deputado que vai relatar o projeto de lei, Antônio Carlos Rodrigues, e do PL. A expectativa da situação, agora, é que o projeto não seja totalmente descaracterizado, como ocorreu no caso da Lei Anti-facção , ou Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, apresentada pelo governo, e relatada na Câmara Federal pelo deputado Guilherme Derrite, do PP-SP.
Gleisi Hoffmann acrescentou que levou ao presidente da Câmara dos Deputados os projetos prioritários do Governo Federal, que são os da redução dos benefícios tributários, do Orçamento da União, da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o da PEC da Segurança e o do que estabelece regras mais rígidas aos devedores contumazes. E informou que deverá voltar a tratar desses temas com o deputado Hugo Motta na próxima semana.
“Esse projeto dos devedores contumazes é fundamental. Essa situação de gente que não paga o Fisco, particularmente em relação aos combustíveis, é o que sustenta o crime organizado. A Receita Federal e a Polícia Federal estão fazendo um excelente trabalho, que é seguir o dinheiro”, afirmou a ministra, que na sequência foi questionada se o rompimento do presidente da Câmara com o líder do PT, Lindbergh Farias, não poderia retardar as aprovações dos projetos prioritários do Governo Lula.

Rusgas na relação entre poderes
A ministra respondeu que “é natural que ocorram divergências políticas” e que o deputado Lindbergh Farias “fez o correto, que foi defender o presidente Lula”. Acrescentou que “durante a semana a relação deve distensionar“.
Embora a ministra das Relações Institucionais tenha minimizado as rusgas nas relações entre os poderes Executivo e Legislativo, fatos ocorridos durante a última semana sugerem outra direção. As ausências de Hugo Motta e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), na solenidade de sanção do projeto de lei de isenção do IR para quem até R$ 5 mil foi um dos sintomas. A importância que Lula dá à matéria ficou evidente em seu pronunciamento à Nação no domingo, 30, à noite.
Alcolumbre também criticou o Governo Lula por ainda não ter enviado ao Senado a mensagem indicando o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal na vaga do ex-ministro Luiz Roberto Barroso. A sabatina no Senado, que tem a prerrogativa de aprovar ou não a indicação do presidente da República, está marcada para o próximo dia 10. Ele defendia que o indicado fosse o senador Jaques Vagner (PT).
