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08 de dezembro de 2025

Maringaense Robinson Shiba volta aos palcos com tecnologia que replica voz original


Por Brenda Caramaschi Publicado 02/12/2025 às 20h32
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O maringaense Robinson Shiba voltou aos palcos seis anos após o acidente de moto que comprometeu sua fala e mobilidade. / Foto: reprodução redes sociais

O maringaense Robinson Shiba, fundador do China in Box, voltou aos palcos seis anos após o acidente de moto que comprometeu sua fala e mobilidade. Na segunda-feira (02), ele participou do episódio especial de 10 anos do Shark Tank Brasil, programa que o tornou uma figura conhecida do grande público quando atuou como investidor.

Em uma curta aparição por vídeo, Shiba teve sua voz ouvida novamente graças à tecnologia criada por uma empresa que se apresentava aos atuais investidores do programa. Mas antes de ser visto e ouvido novamente na televisão, o empresário nascido em Maringá palestrou na última sexta-feira (28) no Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia. Tudo isso só foi possível graças ao Conversia, uma tecnologia assistiva criada pela empresa mineira Colibri Interfaces.

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A primeira pessoa a utilizar o equipamento que possibilitou Robinso Shiba voltar a ser ouvido foi a médica paranaense Elaine Luzia. / Foto: reprodução redes sociais

O Paraná, inclusive, tem papel central nessa inovação: a primeira pessoa a utilizar o equipamento foi a médica paranaense Elaine Luzia, de Cascavel, e a primeira instituição do país a adotar o sistema foi Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo, em Curitiba, que recebeu 20 equipamentos em 2024, após auxiliar no desenvolvimento da tecnologia ao adotar o uso em dois dos pacientes assistidos durante os testes e desenvolvimento do Conversia. Shiba também figura entre os primeiros usuários do Conversia e teve a voz reconstruída por inteligência artificial a partir de registros anteriores ao acidente. O aparelho traduz comandos faciais e o movimento dos olhos em fala sintetizada com entonação natural.

Emocionado, Shiba relatou ao público sua trajetória e celebrou o retorno. Após o evento, nas redes sociais, celebrou: “Tive o privilégio de voltar aos palcos para contar a minha história — a minha primeira palestra desde o acidente. Pude retornar ao que mais amo: me conectar com pessoas”. 

A história da tecnologia se cruza diretamente com o Paraná. A médica Elaine Luzia, de Cascavel, sofreu um AVC aos 25 anos, enfrentou quase 17 horas sem socorro e teve diagnóstico tardio. As sequelas foram severas: mobilidade extremamente reduzida e perda da fala. Inicialmente, ela utilizou o Colibri, um mouse de cabeça que permite controlar dispositivos por movimentos cervicais, até se tornar a primeira usuária do Conversia. Também foi ela quem teve a primeira voz clonada pela Colibri, o que lhe permitiu retomar a profissão e se tornar a primeira médica tetraplégica do Brasil. Ao lado de Robinson Shiba, ela também palestrou no Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia.

Criada em Belo Horizonte, a Colibri Interfaces atua há 16 anos no desenvolvimento de tecnologias assistivas. Além do Colibri, o primeiro dispositivo criado pela empresa e usado pela médica paranaense, a empresa avançou com o Conversia, voltado a pessoas com limitações motoras severas, incluindo paralisia causada por AVC, esclerose lateral amiotrófica e outras doenças neurológicas. O Conversia rastreia qualquer movimento do rosto: piscar, sorrir, abrir a boca ou levantar sobrancelhas. Em novembro, a empresa lançou o rastreio ocular, que permite controlar o sistema apenas com o olhar. O usuário pode escrever, acessar redes sociais, assistir vídeos, navegar na internet e vocalizar frases, tudo a partir desses comandos mínimos.

“E o mais bacana é que com a evolução da tecnologia, hoje a gente consegue,  através de inteligência artificial,  clonar a voz das pessoas que perderam a fala. Então, se a pessoa antes falava e ela tem um registro de áudio, através da inteligência artificial,  a gente consegue reproduzir essa voz. E fica uma voz natural, uma voz com respiração, com entonação,  para que ela possa,  além de se comunicar, ter a sua personalidade. E para as pessoas que não falavam, elas podem escolher uma voz. Não uma voz robótica, não uma voz artificial, mas sim uma voz natural que tenha a ver com a sua personalidade. Uma voz masculina, feminina, de criança, com entonação, com respiração, que ela possa realmente se comunicar com personalidade”, diz Nathalia Petenussi, CMO da Colibri. Para ela, o impacto é mais profundo do que o acesso ao digital.  “O nosso propósito maior é poder trazer autonomia, comunicação e independência para as pessoas que ficaram por muito tempo muito esquecidas, mas que hoje podem contar com as nossas tecnologias para voltar a ter mais dignidade e sair da invisibilidade”.

Milhares de brasileiros já utilizam as tecnologias da Colibri, que também oferece o software Expressia, com mais de 60 mil usuários. Os equipamentos podem ser adquiridos por assinatura, o que reduz custos e facilita testes e adaptações. “através da assinatura, ela consegue testar, ela consegue se adaptar. E além dos equipamentos, fornecemos todo o suporte da nossa equipe de atendimento,  que faz todas as calibrações, todo o atendimento,  as configurações, para que a adaptação da tecnologia seja o melhor possível tanto para pacientes como também para profissionais”, explica Nathalia.

No Shark Tank Brasil, os criadores da buscavam investimentos para tornar a tecnologia internacional, atuando também em outros mercados. Veja como foi a negociação dos criadores da Conversia  com os investidores:

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