Alto padrão tem ‘terreno fértil’ em Maringá

Já está mais do que provado que o cenário econômico de incertezas provocado pela covid-19 não impediu o mercado imobiliário de registrar bom desempenho no Brasil. Aliás, o indicador da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontou que em 2020 o mercado de imóveis bateu recorde de vendas, com o melhor resultado desde 2014. E esse avanço também é notado pelo setor de médio e alto padrão que, somente no primeiro trimestre deste ano, atingiu a marca surpreendente de 30% de crescimento.
A outra boa notícia é que, dentre as cidades pesquisadas, Maringá figura com o melhor desempenho do mercado imobiliário por registrar aumento de 0,9% nas operações de compra e venda de imóveis. Além disso, desde o início do ano passado, o município foi palco de lançamento de pelo menos sete empreendimentos de alto padrão, revelando que a cidade também tem “terreno fértil” para o segmento de luxo.
Para você entender melhor as características desse mercado, que já é consolidado em Maringá, vale citar que estamos falando de apartamentos que valem de R$ 2,5 milhões a R$ 5 milhões, com média de tamanho por unidade de 245 a 350 metros quadrados. Outro dado relevante é que esses considerados condomínios verticais, que antes se concentravam somente nas regiões da Avenida Tiradentes ou no entorno do Parque do Ingá – até então definidas como nobres – , passaram também a ser construídos na Zona 7 e 8 da cidade, mostrando assim uma disrupção em setorização de locais.
De posse dessas informações, você deve estar se perguntando: empreendimentos desse porte são viáveis em Maringá, um município com cerca de 400 mil habitantes? A resposta é sim, porque a cidade é promissora, organizada e oferece qualidade de vida. Além disso, esses preços compensam em relação à soma do custo de um terreno e da construção de uma casa em um condomínio horizontal. Vale citar, ainda, que a Lei Municipal não permite a abertura de novos condomínios urbanos na cidade (somente condomínios horizontais rurais); o que favorece os lançamentos verticais de alto padrão.
Nesse cenário propício, Maringá, que já havia sido alvo de construtoras de Londrina que aqui se engajaram, ganhou evidência e atraiu a atenção até de Incorporadoras de Santa Catarina, responsável por diversos edifícios de alto padrão em Balneário Camboriú e Itapema, no litoral catarinense. Esta, inclusive, é a primeira vez que essa Incorporadora investe fora de Santa Catarina, e a escolha foi pela aquisição de um terreno que fica de frente para o Parque do Ingá, na Avenida JK (Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira). O lançamento deve ser anunciado ainda no primeiro semestre deste ano.
Como insight de conclusão, meus caros leitores, acredito que com tantos empreendimentos em andamento, a previsão é que Maringá consiga atender a demanda represada e caminhe para a saturação de imóveis nesse perfil de alto padrão, não muito absorvido como investimento, mas sim como moradia – o que prejulga essa possível saturação. Meu maior questionamento próprio é a alçada de valores que iremos acompanhar com essa demanda de entrega de obras, pois é de se pautar imensuravelmente que Maringá irá atrair mais ainda os olhos de incorporadoras, pessoas em trânsito para morar com qualidade ou profissionais nacionais que buscam uma base de cidade de primeiro mundo. Em quantos municípios de 400 mil habitantes nesse nosso país há imóveis que, quando construídos, estão nessa faixa de preço de R$ 2,5 milhões até R$ 5 milhões e, que após prontos, tendem a ter um aumento fácil de 15-25%? Intrigante a estratosfera de valores?
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